19.04.2013 Views

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

www.nead.unama.br<br />

— Eu sou, meus senhores, o Capitão Antônio Cardoso, oficial na milícia da<br />

Bahia. Vim aqui a mandato do Viso-rei do Brasil...<br />

— Sim, senhores! O Viso-rei, que está a par dos planos <strong>de</strong> Vosmecês.<br />

Sabendo das coisas gran<strong>de</strong>s que aqui estão sendo tramadas, mandou às ocultas.<br />

Debaixo do mais severo sigilo, que eu me pusesse à frente <strong>de</strong> quatro companhias<br />

<strong>de</strong> soldados e viesse ajudar a empresa <strong>de</strong> Vosmecês...<br />

Não podia haver notícia melhor, mais acutiladora, que alegrasse tanto! Os<br />

revolucionários fremiram. O Capitão continuou:<br />

— Viemos pelo sertão, disfarçados, abrindo caminhos com gran<strong>de</strong>s<br />

cautelas. Aqui chegamos são e salvos. Fomos nos escon<strong>de</strong>r na mata <strong>de</strong> João<br />

Fernan<strong>de</strong>s. Ninguém suspeita da nossa chegada. Ao primeiro grito, senhores,<br />

estaremos ao seu lado. Viemos combater com Vosmecês pela causa da Liberda<strong>de</strong>!<br />

Foi um alvoroço. Gran<strong>de</strong>s alegrias. Palmas.<br />

André Vidal bradou então:<br />

— Senhores! Falta-nos agora um chefe. Qual há <strong>de</strong> ser o comandante que<br />

nos há <strong>de</strong> conduzir em empresa tamanha? Eu proponho um. É homem <strong>de</strong> ferro. É<br />

senhor mais alto do Arrecife. É o mais rico da terra. Ei-lo!<br />

E apontando o ma<strong>de</strong>irense, exclamou:<br />

— É João Fernan<strong>de</strong>s Vieira! Todos nós conhecemos as energias <strong>de</strong>ste<br />

lutador. É inútil rememorá-las aqui. Portanto, meus senhores, que seja ele o nosso<br />

chefe. Eia, pois, amigos: reconheçamo-lo como tal e tratemos <strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer-lhe em<br />

tudo.<br />

Antônio Cavalcanti ouviu a proposta. Ouviu e empali<strong>de</strong>ceu. Os seus olhos<br />

chisparam estranhamente. Não se dominou:<br />

— João Fernan<strong>de</strong>s?<br />

— João Fernan<strong>de</strong>s, confirmou André.<br />

Bernardino <strong>de</strong> Carvalho, o <strong>de</strong>safeto do ma<strong>de</strong>irense, ergueu-se. Aquela<br />

proposta agitara-o também. E bradou com ímpeto:<br />

— E Vosmecê, André Vidal? Por que não Vosmecê? 26 .<br />

— Eu sou apenas soldado. Sou parcela pequenina nesta empresa. As<br />

pessoas <strong>de</strong> prol, as mais po<strong>de</strong>rosas da terra, são as que <strong>de</strong>vem prestigiar o<br />

movimento, chefiando-o. Eis por que, na minha opinião, para Governador da<br />

Liberda<strong>de</strong> Pernambucana, pensei em João Fernan<strong>de</strong>s Vieira; e para Vice-<br />

Governador, pensei em Vosmecê, Antônio Cavalcanti! Que dizem Vosmecês <strong>de</strong>sses<br />

dois nomes?<br />

— Viva João Fernan<strong>de</strong>s!<br />

— Viva Antônio Cavalcanti!<br />

— Bravos! Bravos!<br />

26 Mem. Hist. <strong>de</strong> Pernambuco, <strong>de</strong> Fernan<strong>de</strong>s Gama. Vol. 11, pág. 149.<br />

66

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!