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O Príncipe de Nassau - Unama

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www.nead.unama.br<br />

— Agora, meu amigo, diga-me um pouco: não suspeita você quem seja a<br />

mola <strong>de</strong>ssa perfídia? Não suspeita quem seja esse gran<strong>de</strong> inimigo que armou a<br />

Vosmecê tão crua cilada?<br />

O olhar <strong>de</strong> André coruscou. Brusca onda <strong>de</strong> sangue incendiou-lhe o rosto.<br />

Os seus <strong>de</strong>ntes rilharam.<br />

— Suspeitar, Frei Manuel, não suspeito; tenho a certeza!<br />

— Vosmecê tem a certeza?<br />

— Tenho!<br />

E com um rugido <strong>de</strong> ira:<br />

— Foi D. Ana Pais!<br />

Rodrigo Mendanha, ouvindo a frase, pulou:<br />

— D. Ana Pais?<br />

— Sim, tornou Vidal; foi D. Ana Pais!<br />

— Padrinho, lembrou o rapaz assombrado, eu não compreendo esse<br />

emaranhado <strong>de</strong> coisas. D. Ana Pais foi a tece<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> tudo? Vosmecê diz isso? Mas<br />

é incrível! Um mistério que atur<strong>de</strong> a gente!<br />

André Vidal sossegou-o com um gesto:<br />

— Não se atarante, Rodrigo. Eu explicarei tudo a você. Aqui, não. que<br />

precisamos partir. Mas no barco, esta noite, eu contarei a trama <strong>de</strong>ssa história... É<br />

um romance!<br />

E virando-se para João Fernan<strong>de</strong>s:<br />

— Nós nos vamos, João Fernan<strong>de</strong>s. Mas fique Vosmecê avisado que ainda<br />

hoje, sem falta, <strong>de</strong>ve aparecer aqui um homem. É um mensageiro da Bahia...<br />

— Não compreendo.<br />

— Sim; é um mensageiro da parte do Viso-Rei. Ele dirá a Vosmecê ao que<br />

vem. Agasalhe-o com cuidado. E amanhã, enquanto o barco estiver <strong>de</strong> querena,<br />

man<strong>de</strong> a Cida<strong>de</strong> Maurícia comprar as minhas mercâncias. Trago para Vosmecê,<br />

muito ás escondidas, boa cópia <strong>de</strong> pólvora.<br />

— Entendido, tornou João Fernan<strong>de</strong>s. Mandarei ao barco. Mas também<br />

fique aprazado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, que Vosmecê irá ao meu engenho. Convidarei os nossos<br />

parceiros para uma ceia. Será bom que conversemos um pouco com os amigos...<br />

Não lhe parece?<br />

— Nem há dúvida! Vosmecê po<strong>de</strong> preparar a ceia: irei ao engenho <strong>de</strong><br />

Vosmecê encontrar-me com os nossos parceiros.<br />

E os dois chefes, com um forte aperto <strong>de</strong> mão, separaram-se.<br />

D. Ana Pais<br />

O patacho <strong>de</strong> Salatiel Bermu<strong>de</strong>s, orlado <strong>de</strong> crespos bigodões <strong>de</strong> espuma,<br />

corta rijo a ondada que rumoreja. Vento grosso e áspero guinchando pelo cordame<br />

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