19.04.2013 Views

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Segismundo Van Schkoppe?<br />

— Esse mesmo!<br />

— Bravo! Bravo!<br />

www.nead.unama.br<br />

D. Ana não podia conter o seu alvoroço. Ria-se, agitava-se, papagueava,<br />

toda ela era um bulício férvido. Mas Gilberto Van Dirth ainda não terminara. Tinha<br />

mais uma notícia. E essa, formidável!<br />

— Sabe que mais?<br />

— Pois ainda há mais?<br />

— Há. E muito palpitante! As naus trouxeram cartas dos Estados,<br />

anunciando a morte... Ora, imagine <strong>de</strong> quem!<br />

— De <strong>Nassau</strong>?<br />

— Não!<br />

— De Carlos Tourlon!<br />

D. Ana encarou no flamengo:<br />

— Fala sério, Gilberto Van Dirth?<br />

— De Carlos Tourlon, minha senhora!<br />

D. Ana iluminou-se. Aquilo foi claro jorro <strong>de</strong> sol na sua alma. A nova mais<br />

alvissareira que podia entrar-lhe pela casa a<strong>de</strong>ntro. Agarrou as mãos <strong>de</strong> Gilberto<br />

Van Dirth e fitou-o bem nos olhos:<br />

— Eis o que Vosmecê <strong>de</strong>sejava tanto, Van Dirth! Não é verda<strong>de</strong>?<br />

— É!<br />

— Pois então, meu amigo, completemos a ventura <strong>de</strong> hoje. Que se realizem<br />

os nossos <strong>de</strong>sejos! Vosmecê po<strong>de</strong> anunciar, Van Dirth por toda a Cida<strong>de</strong> Maurícia<br />

que vamos nos casar...<br />

— D. Ana!<br />

— Que vamos nos casar., sim, senhor!<br />

Van Dirth saltou-lhe ao pescoço. E o flamengo e a pernambucana<br />

transbordaram-se em torrentes <strong>de</strong> ternuras...<br />

No acampamento <strong>de</strong> João Fernan<strong>de</strong>s, ao mesmo tempo ferviam notícias<br />

alvoroçantes; também por lá havia <strong>de</strong>smedido júbilo. É que D. João IV,<br />

abandonando aquela <strong>de</strong>sarrazoada política <strong>de</strong> dobrez e <strong>de</strong> tortuosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarara<br />

abertamente às nações que iria socorrer os insurgentes <strong>de</strong> Pernambuco. Não havia<br />

para os revoltosos maior vitória. E el-Rei cumpriu a palavra. Preparou imensa frota,<br />

carregou-a <strong>de</strong> soldados, mandou-a para o Brasil. Era o reforço <strong>de</strong>cisivo. Vinha como<br />

general um soldado <strong>de</strong> nota: Francisco Barreto <strong>de</strong> Menezes.<br />

A armada <strong>de</strong> Holanda, porém, arribou na Cida<strong>de</strong> Maurícia autos do reforço<br />

português. Garbosa mastreama coalhou as águas do porto. Quarenta naus! Tropas,<br />

munições, víveres, as ban<strong>de</strong>iras trepidando ao vento, ribombos <strong>de</strong> morteiros, uma<br />

festa. Segismundo Van Schkoppe <strong>de</strong>sembarcou com estrondo e pompa. Soldado<br />

áspero e ru<strong>de</strong>, velho conhecedor do Brasil, ninguém mais apontado do que esse<br />

duro batavo para combater os rebelados. Os <strong>de</strong> Holanda escolheram-no a <strong>de</strong>do.<br />

122

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!