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— Porto-Calvo ren<strong>de</strong>u-se!<br />
E outro:<br />
www.nead.unama.br<br />
— S. Francisco ren<strong>de</strong>u-se!<br />
Gran<strong>de</strong>s alegrias sacudiam aqueles homens ásperos. A glória abria-lhes os<br />
braços carinhosamente. Rodrigo Mendanha, ao voltar <strong>de</strong> Uruassu, foi o único<br />
portador que quebrou aquele rol <strong>de</strong> júbilos. O moço trouxera uma mensagem<br />
<strong>de</strong>sapontadora:<br />
— O forte <strong>de</strong> Nazaré está duro. Defen<strong>de</strong>-se com encarniçamento. Não há<br />
meio <strong>de</strong> capitular...<br />
João Fernan<strong>de</strong>s e André Vidal entreolharam-se. Fuzilou no olhar <strong>de</strong> ambos<br />
uma chispa <strong>de</strong> surpresa.<br />
-— É estranho, bradou João Fernan<strong>de</strong>s; o forte <strong>de</strong> Nazaré a resistir! Isto é<br />
<strong>de</strong> espantar! Que teria acontecido, André Vidal?<br />
— É realmente estranho, concordava o paraibano; não entendo essa<br />
resistência! É necessário que eu vá <strong>de</strong>svendar o mistério.<br />
— Pois vá! E vá já. Não há explicativa para que esse forte ainda não esteja<br />
em nossas mãos...<br />
André Vidal e Rodrigo Mendanha partiram nessa mesma noite. Alcançaram,<br />
dias <strong>de</strong>pois, o acampamento dos sitiantes. André Vidal assumiu o comando das<br />
tropas. Sem mais tardança, <strong>de</strong>spachou Rodrigo Mendanha a parlamentar na<br />
Fortaleza. O mensageiro, com a ban<strong>de</strong>ira branca, foi imediatamente conduzido à<br />
presença do Capitão. Ficaram ambos sós:<br />
— A que vem Vosmecê?<br />
— Vim trazer este pergaminho. São letras <strong>de</strong> André Vidal. Ei-lo!<br />
Era um <strong>de</strong>spacho arrogante, enfunado <strong>de</strong> atrevimento, intimando<br />
fanfarronamente o belga a ren<strong>de</strong>r-se em vinte e quatro horas. Com o pergaminho,<br />
viera disfarçadamente um bilhete. Dizia assim:<br />
Hoogstraten:<br />
Que há? Não entendo...<br />
Vidal.<br />
Hoogstraten respon<strong>de</strong>u à mensagem com altanaria:<br />
— Sabei, brasileiros, que os <strong>de</strong> Holanda não se entregam jamais! Não se<br />
atemorizam com as vossas bravatas. Hão <strong>de</strong> morrer combatendo...<br />
E por aí afora, parlapatonamente. Com essas arrogâncias, por sua vez,<br />
ajuntou às escondidas um bilhetinho.<br />
Assim:<br />
André Vidal:<br />
Venha Vosmecê mesmo parlamentar. Tudo se arranja...<br />
Hoogstraten.<br />
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