19.04.2013 Views

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

O Príncipe de Nassau - Unama

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

www.nead.unama.br<br />

Mas eis que surge no salão, inesperadamente, um mensageiro <strong>de</strong> guerra.<br />

Vem anelante, empoeirado, gran<strong>de</strong> alegria chispando nos olhos. E Hamel, ao vê-lo:<br />

— Que há ?<br />

Acabo <strong>de</strong> chegar <strong>de</strong> Cunhaú. Jacob Rabbi, com os seu bugres, passou a fio<br />

<strong>de</strong> espada todos os moradores da cida<strong>de</strong>! Não ficou um...<br />

Os três do Supremo Conselho ro<strong>de</strong>aram alvoroçados o mensageiro.<br />

— Jacob Rabbi? Pois Jacob Rabbi arrasou os <strong>de</strong> Cunhaú? Como? De que<br />

jeito? Quando?<br />

O mensageiro explicou dum fôlego:<br />

— Jacob Rabbi, ao saber do levante, <strong>de</strong>sceu do mato com toda a sua<br />

bugrada. Botou-se para Cunhaú. Ai, lançando uma proclamação, mandou que os<br />

moradores se reunissem na igreja, à hora da missa. Os moradores reuniram-se. O<br />

padre pôs-se a rezar a missa. A igreja ficou cheia. Não faltava um só morador. No<br />

momento <strong>de</strong> maior silêncio, quando o papista erguia o cálice, Jacob Rabbi fez um<br />

gesto aos bugres... Ah, meus senhores, que arranco! Os selvagens caíram sobre os<br />

homens. E rompeu a carnagem. A primeira tacapada foi no padre: esborracharam a<br />

cabeça do velho, o miolo saltou pelo chão, jorrou sangue pelo altar. E a bugrada<br />

<strong>de</strong>spenhou-se sobre a igreja, espa<strong>de</strong>irou as imagens, quebrou as alfaias, o sacrário,<br />

tudo! Não ficou nada <strong>de</strong> pé!<br />

— Bravos, exclamaram todos fremindo, bravos! Que <strong>de</strong>sforra <strong>de</strong> mestre!<br />

Viva Jacob Rabbil<br />

D. Ana Pais <strong>de</strong>lirou. A pernambucana, toda coragem e incitamento,<br />

exclamava nervosamente para os três do Supremo Conselho:<br />

— Nada <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimos, senhores: Nada <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero inútil! Agora, mais do<br />

que nunca, é preciso lutar! Que é que Vosmecês preten<strong>de</strong>m fazer?<br />

Os homens não sabiam. Estavam <strong>de</strong>snorteados. D. Ana acutilou-os com<br />

seus ímpetos:<br />

— Não vêem Vosmecês o Rio Gran<strong>de</strong>? Não temem Vosmecês um levante<br />

nessa Capitania? É preciso não per<strong>de</strong>r o Rio Gran<strong>de</strong>! É um ponto precioso. Não há<br />

ponto mais estratégico...<br />

Os do Conselho concordaram logo:<br />

— Não resta dúvida! É preciso ter o Rio Gran<strong>de</strong> nas mãos.<br />

D. Ana insuflava-os:<br />

— Mas, é preciso tê-lo já, meus senhores, custe a que custar... Dominá-lo<br />

antes que os revoltosos invadam a região.<br />

105

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!