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Coletânea de posts publicados no blog PREVI PLANO ... - AAPPREVI

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A Pensionista<br />

Caros Colegas.<br />

O natural sentimento <strong>de</strong> proteção à família <strong>no</strong>s leva a causar-lhe um irreparável da<strong>no</strong><br />

após <strong>no</strong>ssa morte. Presos a certos conceitos machistas, ilusoriamente acobertados sob<br />

o mito protecionista, muitos <strong>de</strong> nós mantemos <strong>no</strong>ssas companheiras atreladas ao<br />

fogão e à máquina <strong>de</strong> lavar com os filhos à sua volta - também sob o pretexto <strong>de</strong> que<br />

lugar <strong>de</strong> mulher é cuidando da casa e dos filhos, enquanto que nós temos que ir à luta<br />

encarar o batente para lhes proporcionar conforto e segurança.<br />

Muito embora as cerquemos <strong>de</strong> carinho e mimos quando presentes, é na ausência que<br />

vamos minando o terre<strong>no</strong> fértil da capacida<strong>de</strong> feminina para enfrentar adversida<strong>de</strong>s.<br />

Nós as impedimos <strong>de</strong> exercer o aprendizado da autoproteção para <strong>de</strong>safiar os perigos<br />

do estado da viuvez in<strong>de</strong>sejada.<br />

Em casos assim, quando um <strong>de</strong> nós falece <strong>de</strong>ixa uma viúva <strong>de</strong>spreparada para vencer o<br />

mundo que existe fora do lar. Um mundo <strong>de</strong>sconhecido e hostil, que ela imaginava<br />

pronto para recebê-la com sorrisos em reconhecimento ao respeitado esposo que o<br />

habitava com altivez, enquanto aposentado do Banco do Brasil.<br />

Já na condição <strong>de</strong> “pensionista” ela recebe o impacto da <strong>no</strong>va vida; o salário do<br />

falecido, que antes dava para tudo, é reduzido a 70/80% do valor, e para ma<strong>no</strong>brar o<br />

orçamento não conhece o jogo <strong>de</strong> cintura que permite pagar as contas <strong>de</strong>terminando<br />

priorida<strong>de</strong>s - com as relações <strong>de</strong> todo dia 20 – fazendo a separação <strong>de</strong> contas a pagar e<br />

contas a pagar mesmo!<br />

Com o dinheiro curto recorre ao gerente da agência, “amigo” do ex-titular da conta. Lá<br />

é recebida como ave <strong>de</strong> mau agouro, ninguém <strong>de</strong>la se aproxima. O próprio gerente a<br />

recebe com indiferença empurrando-a em direção ao “setor competente” on<strong>de</strong>,<br />

também, se sente repudiada, mesmo como cliente. Lembrando que tinha orgulho do<br />

marido nas poucas vezes em que o acompanhava, pelo tratamento “vip” que lhe era<br />

dispensado, fica sem enten<strong>de</strong>r o motivo da mudança <strong>de</strong> comportamento. Esquecem<br />

esses gerentes que têm em casa uma pensionista em potencial, que talvez um dia se<br />

coloque nessa posição.<br />

Pela expectativa média <strong>de</strong> vida, a mulher brasileira é mais longeva que o homem.<br />

Normalmente ele se vai antes. Mas nós não <strong>no</strong>s damos conta do que isto representa e<br />

<strong>de</strong>pois do acontecido já é tar<strong>de</strong> para qualquer conserto, que não <strong>no</strong>s cabe fazer,<br />

logicamente.<br />

Em que pese tudo isto a viúva sai da agência com o problema “resolvido”. É-lhe<br />

<strong>de</strong>stinada uma “excelente” linha <strong>de</strong> crédito previamente autorizada: CDC, cheque<br />

especial, cartão <strong>de</strong> crédito, adiantamentos, etc. Tudo muito simples, para sacar<br />

quando precisar. Mas o “ex” não a instruiu em vida acerca <strong>de</strong>ssa armadilha. E ela passa<br />

a precisar todo mês para complementar o minguado líquido do contracheque. E assim<br />

vai se endividando paulatinamente até que se insere <strong>no</strong> submundo dos inadimplentes.<br />

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