Baixar - Brasiliana USP

382 MA
FR. MANUEL DE S. CAETANO DAMASIO, Eremita de S. Paulo,
da Congregação da Serra d'Ossa, na qual foi Reitor geral, etc. Ignoro ainda a
sua naturalidade e as datas do nascimento e óbito, em razão da difficuldade de
poder consultar no R. Archivo os livros das profissões e obituario dos padres
da referida Congregação, que alli se conservam.—E.
236) Thébaida portugueza. Compêndio histórico da Congreqação dos monges
pobres de Jesus Christo da Serra d'Ossa, chamada depois de S. Paulo primeiro
eremita em Portugal. Lisboa, na Offic. de Simão Thaddeo Ferreira 1793.
8.° 2 tomos com xx-362 pag., e xx-502 pag.
Termina o segundo volume com os successos do século xiv, e os tomos seguintes,
que deveriam conter a continuação da chronica até o tempo do auctor,
náo chegaram a publicar-se; ficando interrompida, como já o ficara a outra, que
mais de quarenta annos antes começara a dar á luz Fr. Henrique de Sancto
Antônio.
237) Elogio fúnebre do muito alto e poderoso rei D. Pedro III, recitado no
convento do Carmo de villa do Conde. Lisboa, na Reg. Offic. Typ. 1787." 4." de
26 pag.
Vi d'eile mais alguns opusculos, de que por falta de opportunidade deixei
de tomar as indicações necessárias.
MANUEL CAETANO PIMENTA DE AGUIAR, natural da ilha da
Madeira, Deputado pela sua provincia ás Cortes ordinárias em 1822, e falecido
segundo dizem em 1831. Vej. o Diccionario Geographico de Portugal, por P. Perestrello
da Câmara, tomo II, pag. 313. Tenho feito inúteis tentativas para obter
noticias mais circunstanciadas d'este poeta madeirense, que além das dez tragédias
que imprimiu, deixou (ao que me aífirmaram ha muitos annos pessoas
fidedignas) varias outras manuscriptas. As impressas são:
238) Virgínia. Lisboa, Imp. Reg. (bem como todas as seguintes) 1815.8. 0
de 104 pag.
239) Os dous irmãos inimigos. Ibi, 1816. 8.° de 104 pag.
240) D. João I. Ibi, 1817. 8.° de 106 pag.
141) Ama. Ibi, 1817. 8.° de 114 pag.
242) Destruição de Jerusalém. Ibi, 1817. 8.° de 114 pag.
243) D. Sebastião em África. Ibi, 1817. 8.° de 103 pag.
244) Conquista do Peru. Ibi, 1818. 8.° de 125 pag.
245) Eudoxía Licinia. Ibi, 1818. 8.°
246) Morte de Sócrates. Ibi, 1819. 8.° de 102 pag.
247) Caracter dos Lusitanos. Ibi, 1820. 8.» de 116 pag.
As producções d'este nosso trágico têem sido julgadas talvez com demasiada
severidade pelos críticos nacionaes. Comtudo o sr. Ferdinand Denis, que d'elle
tracta no Resumi de 1'Hist. Litter. du Portugal, cap. 33.°, apresenta a seu respeito
um juizo mais favorável, e que deve ser tido na conta de imparcial. «Pimenta
de Aguiar (diz elle) comprehendeu que faltava á sua pátria um theatro
nacional. Vivendo na epocha em que o estado da litteratura não lhe,permittia
que deixasse de ser imitador dos dramáticos francezes, soube todavia conservar
originalidade no que diz respeito á concepção dos seus dramas, e é por isso que
o exame das suas obras se torna de algum interesse; pois no tocante ao estylo
éeea freqüentemente. Em geral, as suas personagens falam uma linguagem no-
E
re, e enérgica; porém ignora a arte do dialogo, e despreza a concisão a ponto
de que os seus discursos fatigariam por muito extensos os ouvidos dos francezes.
Posto que tractasse a principio alguns assumptos escolhidos nos fastos da
antigüidade, mostrou-se depois mais nacional, adoptando aquelles que lhe fornecia
a historia do seu próprio paiz. A collecção das suas obras é considerável
e servirá, quando mais não seja, de acordar o gosto dos portuguezes para este
gênero de composição.
«En traotei de dar a conhecer o talento de Aguiar, quando publiquei um