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356 MA de Morante algumas idéas engraçadas, as quaes todavia aperfeiçoou. Os seus abecedarios são ornados de elegantes labynntos, e o bastardo e cursivo é maravilhoso». Pedro Dias Morante, hespanhol, nascido pelos annos de 1566, publicou em Madrid no de 1615 a sua Nueva arte de escrevir, inventada com ei fabor de Dios, etc. con Ia qual sabran escrevir en muy breve tiempo, y con gran destreza y gala todos los que con quenta y cudicia Ia imitaren, y con particularidad hombres y mancebos: 4.° gr. oblongo. Com trinta e cinco estampas, ou traslados, gravados a buril, e um retrato do auctor. Conservo, um exemplar d'ella, com os de outras não menos raras e especiosas, taes como: La Operina di Ludauico Vicentino, da imparare' di scrivere' liltera cancellarescha. Roma, 1523. 4.° de 25 folhas sem numeração. Libro subtilissimo, por ei cual se ensena a escrevir perfetamente etc. Becho y esperimentado por Iuan de Yciar Vizcayno. Sevilha, por Afonso de Ia Barrera 1596. (Ha edições anteriores.) Nouveaux exemplaires d'écriture d!une beautê singulier, écrites par Estienne de Rlegny, M.' Ecrivain à Paris, etc. Et graves par C. A. Reroy. Sem data. 4.° de 40 folhas. Quanto ás demais Artes de escripta portuguezas, vej. no Diccionario os artigos Antônio Jacinto de Araújo, Joaquim José Ventura da Silva, Fr. José da Virgem Maria, Manuel Barata, Manuel Dias de Sousa, Manuel Nunes Godinho, Manuel Joaquim Rodrigues Rici, Manuel José Satirio Salazar, etc. D. FR. MANUEL DOS ANJOS (1.°), Franciscano da provincia dos Àl- arves, e n'ella Provincial, Deputado da Inquisição d'Evora, Bispo titular de f ez, e Coadjutor do arcebispo d'Evora D. José de Mello.—Foi natural de Alcacer do Sal, e m. em Évora a 28 de Septembro de 1634.—E. 83) Sermão do Auto da fé, que se celebrou na cidade d'Evora... em 21 de Junho de 1615. Évora, por Francisco Simões 1615. 4.° de 27 folhas sem numeração. 84) Sermão do Auto de fé, que se celebrou na cidade d'Evora em o l." He Abril de 1629. Évora, por Manuel Carvalho 1629. 4.° 85) Sermão na beatificação de S. Francisco de Rorja, pregado no collegio da Companhia de Jesus em 26 de Novembro de 1624. Ibi, pelo mesmo-1625. 4.* FR. MANUEL DOS ANJOS (2.°), Franciscano da Congregação da Terceira Ordem, Procurador e Secretario geral da provincia, e Ministro do convento da Esperança, junto a Belmonte. Foi sábio e virtuoso, segundo dizem os seus biographos, e principalmente o seu confrade Fr. Vicente Salgado no Çatalogo (ms.) dos escriptores da terceira Ordem.—N. no logar de Manteigas, bispado da Guarda, e foi baptisado a 11 de Fevereiro de 1595. M. no collegio do Coimbra a 19 de Novembro de 1653.—E. '' 86) Triumpho da Sacratissima Virgem Maria Sanctissimo nossa senhora, concebida sem peccado original. Lisboa, por Lourenço Craesbeeck 1638. 4." de iv-286 folhas numeradas pela frente, sem contar as do indice final. Notável descuido foi por certo o do collector do chamado Catalogo da Academia, que transcrevendo da Bibl. Lusitana os títulos das outras duas obras do auctor, adiante mencionadas, deixou de fora esta, que não havia menor direito á inserção que qualquer das outras! 87) (C) Historia universal, em que se descrevem os impérios, monarchias, reinos e provincias do mundo, com muitas cousas notáveis que ha n'eüe. Copiada de diversos auctores, chronistas approvados, e authenticos geographOS, Coimbra, por Manuel Dias 1651. 4.» de xxiv-502 pag.—Segunda edição, Lisboa, por Miguel Deslandes 1702. 4.° de xvi-501 pag. Advirta-se que ha duas edições realmente diversas, mas com eguaes indicações nos frontispicios, tendo uma e outra a nota de Segunda: sendo porém

LU 357 ue uma d'ellas, depois da data «1702 » segue dizendo: Á custa dos herddros 3e Domingos Carneiro, declaração que na outra se não acha. Têem ambas egual numero de paginas, etc, porém differem visivelmente nos caracteres typograhicos. Ha também Quarta edição, Lisboa, por Manuel Fernandes da Costa Í 735. 4.° de xvi-462 pag. Aproposito d'esta obra diz o arcebispo Cenaculo nas suas Mem. Hist., pag. 136: «Vê-se ella hoje com indifferença, porque depois de século e meio em que se tem escripto n'aquella immensa matéria com muita variedade, e com a extensão que conhecem os doutos, seria cousa rara, se ainda aquella Historia fizesse novidade: em seus dias «(refere-se ao auctor)» não eram vulgares similhantes collecções de noticias históricas, que abrangessem o terreno que Deus entregou aos cosmopolitas. Por aquella fôrma parece aquella historia haver sido a primeira n'este reino em seu gênero de compêndio universal; e se a mocidade a aprendesse não seria bisonha em conhecimentos úteis, e que a levassem^ buscar os factos da historia, pois que o auctor não os desconheceu absolutamente, merecendo mais pelo seu século a desculpa dos críticos, aos quaes hoje é fácil ver melhor». 88) (C) Política predicavel e doutrina moral do bom governo do mundo. Lisboa, por Miguel Deslandes 1693. Foi. de xxvm-760 pag.—Ibi, pelo mesmo impressor, 1702. Foi. Sahiu posthuma, como se vê pelas datas, e foi publicada por diligencia da Ordem terceira. Um exemplar que possuo da primeira edição foi comprado por 1:200 réis. D'esta obra diz o citado Cenaculo: « Que o seu erudito auctor aproveitou mais do que em Aristóteles para a compor no meio do século xvn. N ella mostra singular bondade, rectas intenções, e muita erudição, ordenada segundo as idéas de philosophia, que em seu tempo dominavam». (Mem. Hist., pag. 133). E quanto ao estylo e locução do escriptor diz (pag. 113) «que usa de bastante linguagem, mas tem já novidade, e os períodos compostura estudada». Pertence á epocha da decadência da lingua, mas ainda assim tem seu merecimento, è pôde ser contado entre os bons da sua edade. MANUEL ANTÔNIO ALVARES DE AZEVEDO, Bacharel em Letras pelo Imperial Collegio de Pedro II, etc— N. na cidade de S. Paulo, a 12 de Septembro de 1831; filho do dr. Ignacio Manuel Alvares de Azevedo,* e de sua mulher D. Maria Luisa Silveira da Motta Azevedo. Accommettido de doença grave na edade de cinco annos, não poderam os socorros da medicina restituir-lhe de todo a saúde, ficando desde então fraco e valetudinario. Superiores aos do corpo foram comtudo os progressos do espirito, depois qua aos nove annos entrou em um collegio do Rio de Janeiro, onde fez os primeiros estudos, tomando em 1847 o grau de Bacharel em Letras. Matriculado no curso jurídico da Academia de S-. Paulo, que seguiu com distincção, repartia o tempo entre o estudo da jurisprudência e o cultivo da poesia, a que o chamava uma vocação irresistível, fomentada pela leitura dos mais afamados modernos; merecendo-lhe particular nredilecção as obras de Byron, Goethe e Victor Hugo. ía começar o quinto e ultimo anno da carreira escholastica, quando assaltado desde algum tempo de uma sombria tristeza, precursora do ultimo fim, a morte o atalhou, expirando aos 25 de Abril de 1852, após quarenta e cinco dias de penoso padecimento, entre as lagrimas de uma família inconsolavel!—Vej. para a sua biographia e apreciação dos seus talentos poéticos o Discurso recitado no Gymnasio Brasileiro pelo sr. dr. Jacy Monteiro, impresso á frente do tomo i da collecção das obras abaixo mencionada; duas noticias criticas, que do mesmo discurso extrahiu, e em parte ampliou o sr. Lopes de Mendonça, publicadas a primeira nas Mem. de Litteratura contemporânea, de pag. 318 a 324, e a segunda no Archivo Pittoresco, volume ii, pag. 76 a 79: e mais extensamente um estudo que se intitula: Analyse das obras de M. A: Alvares d'Azevedo, precedida

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ue uma d'ellas, depois da data «1702 » segue dizendo: Á custa dos herddros<br />

3e Domingos Carneiro, declaração que na outra se não acha. Têem ambas egual<br />

numero de paginas, etc, porém differem visivelmente nos caracteres typograhicos.<br />

Ha também Quarta edição, Lisboa, por Manuel Fernandes da Costa<br />

Í<br />

735. 4.° de xvi-462 pag.<br />

Aproposito d'esta obra diz o arcebispo Cenaculo nas suas Mem. Hist., pag.<br />

136: «Vê-se ella hoje com indifferença, porque depois de século e meio em que<br />

se tem escripto n'aquella immensa matéria com muita variedade, e com a extensão<br />

que conhecem os doutos, seria cousa rara, se ainda aquella Historia fizesse<br />

novidade: em seus dias «(refere-se ao auctor)» não eram vulgares similhantes<br />

collecções de noticias históricas, que abrangessem o terreno que Deus<br />

entregou aos cosmopolitas. Por aquella fôrma parece aquella historia haver<br />

sido a primeira n'este reino em seu gênero de compêndio universal; e se a mocidade<br />

a aprendesse não seria bisonha em conhecimentos úteis, e que a levassem^<br />

buscar os factos da historia, pois que o auctor não os desconheceu absolutamente,<br />

merecendo mais pelo seu século a desculpa dos críticos, aos quaes<br />

hoje é fácil ver melhor».<br />

88) (C) Política predicavel e doutrina moral do bom governo do mundo.<br />

Lisboa, por Miguel Deslandes 1693. Foi. de xxvm-760 pag.—Ibi, pelo mesmo<br />

impressor, 1702. Foi.<br />

Sahiu posthuma, como se vê pelas datas, e foi publicada por diligencia da<br />

Ordem terceira. Um exemplar que possuo da primeira edição foi comprado por<br />

1:200 réis.<br />

D'esta obra diz o citado Cenaculo: « Que o seu erudito auctor aproveitou<br />

mais do que em Aristóteles para a compor no meio do século xvn. N ella mostra<br />

singular bondade, rectas intenções, e muita erudição, ordenada segundo as<br />

idéas de philosophia, que em seu tempo dominavam». (Mem. Hist., pag. 133).<br />

E quanto ao estylo e locução do escriptor diz (pag. 113) «que usa de bastante<br />

linguagem, mas tem já novidade, e os períodos compostura estudada». Pertence<br />

á epocha da decadência da lingua, mas ainda assim tem seu merecimento, è<br />

pôde ser contado entre os bons da sua edade.<br />

MANUEL ANTÔNIO ALVARES DE AZEVEDO, Bacharel em Letras<br />

pelo Imperial Collegio de Pedro II, etc— N. na cidade de S. Paulo, a 12<br />

de Septembro de 1831; filho do dr. Ignacio Manuel Alvares de Azevedo,* e de<br />

sua mulher D. Maria Luisa Silveira da Motta Azevedo. Accommettido de doença<br />

grave na edade de cinco annos, não poderam os socorros da medicina restituir-lhe<br />

de todo a saúde, ficando desde então fraco e valetudinario. Superiores<br />

aos do corpo foram comtudo os progressos do espirito, depois qua aos nove annos<br />

entrou em um collegio do Rio de Janeiro, onde fez os primeiros estudos, tomando<br />

em 1847 o grau de Bacharel em Letras. Matriculado no curso jurídico<br />

da Academia de S-. Paulo, que seguiu com distincção, repartia o tempo entre o<br />

estudo da jurisprudência e o cultivo da poesia, a que o chamava uma vocação<br />

irresistível, fomentada pela leitura dos mais afamados modernos; merecendo-lhe<br />

particular nredilecção as obras de Byron, Goethe e Victor Hugo. ía começar o<br />

quinto e ultimo anno da carreira escholastica, quando assaltado desde algum<br />

tempo de uma sombria tristeza, precursora do ultimo fim, a morte o atalhou,<br />

expirando aos 25 de Abril de 1852, após quarenta e cinco dias de penoso padecimento,<br />

entre as lagrimas de uma família inconsolavel!—Vej. para a sua<br />

biographia e apreciação dos seus talentos poéticos o Discurso recitado no Gymnasio<br />

Brasileiro pelo sr. dr. Jacy Monteiro, impresso á frente do tomo i da collecção<br />

das obras abaixo mencionada; duas noticias criticas, que do mesmo discurso<br />

extrahiu, e em parte ampliou o sr. Lopes de Mendonça, publicadas a primeira<br />

nas Mem. de Litteratura contemporânea, de pag. 318 a 324, e a segunda<br />

no Archivo Pittoresco, volume ii, pag. 76 a 79: e mais extensamente um estudo<br />

que se intitula: Analyse das obras de M. A: Alvares d'Azevedo, precedida

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