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228 LU que elle merece algum louvor, e o consideram auctor benemérito da lingua, embhora o collector do pseudo-Ca?a%o da Academia se esquecesse do seu nome, preferindo-lhe os de outros, que talvez tinham a isso menor direito. LUIS AUGUSTO PALMEIRIM, ex-alumno do Real Collegio Militar, Empregado da Secretaria do Ministério das Obras Publicas, Sócio da Academia Real das Sciencias de Lisboa, etc.—N. em Lisboa a 9 de Agosto de 1825. Foi seu pae o tenente general Luis Ignacio Xavier Palmeirim. De seu irmão mais velho se tractou já n'este Diccionario, tomo i, a pag. 312.—E. 372) Poesias. Lisboa, Imp. Nacional 1851. 8." de xxn-458 pag. Com o retrato do auctor, e um prólogo do sr. Lopes de Mendonça.—Segunda ediçÜo augmentada. Lisboa, na Typ. do Panorama 1853. 8.° gr. Terceira edição correcta. Ibi, 1859. 8.» gr., 373) O Sapateiro d'escada: comedia de costumes em um acto. Ibi, 1856.8.» 374) Como se sobe ao poder: comedia em três actos. Ibi, 1856. 8.° 375) A domadora de feras: comedia em um acto. Ibi, 1857. 8.° 376) Dous casamentos de conveniência: comedia em trcs actos. Ibi, 8.° 377) A familia do sr. Capitão-mór: quadros da vida de provincia.—Sahiu no Panorama, vol. m da 3. a serie (1854). 388) Georgina: fragmento de um poema.—Na Revista Contemporahea, vol. i (1859), a pag. 289. 379) Fadario doméstico e político de João Grainha.—Idem, vol. i, a pag. 321, continuado a pag. 378. 380) João de Andrade Corvo. (Estudo biographico).—Idem, vol. rr (1860), de pag. 243 a 254. E além d'estas varias outras composições em prosa e verso, e artigos politicos, disseminados por diversos jornaes, do que não estou por agora habilitado para dar informação mais miúda. LUIS AUGUSTO PARADA DA SILVA LEITÃO, Professor dè Desenho no Instituto Industrial de Lisboa. Havia sido discípulo da antiga Aula Regia de Desenho de Figura e Architectura Civil, a qual freqüentámos juntos nos annos de 1826 a 1828.—N. em Lisboa, em 1810, e m. a 3 de Novembro de 1858. Foi irmão mais novo de José de Parada SilVa Leitão, de quem já se tractou n'este volume em logar competente.—E. 381) Jardim Portuense. Ensaio de um jornal popular de cultura, aclimatação, nomenclatura, vulgarisação e commercio das plantas, tanto econômicas e industriaes, como de recreio e ornato. Porto, Typ. da Revista 1844. 8." gr. Publicaram-se 12 números mensaes, com estampas coloridas. Presumo que foi também, antes ou depois, collaborador em periódicos políticos, no Porto ou em Coimbra; faltando-me comtudo os esclarecimentos necessários para o affirmar de certo. LUIS AUGUSTO RERELLO DA SILVA, natural de Lisboa, e filho do dr. Luis Antônio Rebello da Silva, de quem já fiz menção no logar competente. N. a 2 de Abril de 1821.--Na Itlustração Luso-brasileira, n." l.° (1856) vem a sua biographia, escripta pelo sr. E. Biester, a qual no mesmo anno se imprimiu em opusculo separado, no formato de 8.° gr. com o titulo: Uma Viagem pela Litteratura contemporânea. E mais recentemente sahiu outra, acompanhada de retrato, no tomo r da Revista Contemporânea de Portugal e Brasil, pelo sr. J. M. d'Andrade Ferreira. Extractarei d'aquella algumas linhas, na parte em que descreve o tirocinio litterario do abalisado escriptor: «Logo que a edade o permittiu, Rebello da Silva freqüentou os estudos de humanidades, que constituem a educação clássica, distinguindo-se, segundo lhe temos ouvido confessar muitas vezes, pela mais constante e invencível preguiça. Tinha dezesepte annos, quando em 1838 alguns mancebos fundaram n'uma casinha da rua dAta-

LU 229 laia a Sociedade Philomatica, e alli a emulação despertou o desenvolvimento intellectual; alli se exercitou em falar em publico, e não pouco deveu áquellas palestras juvenis para ir grangeando a reputação de orador, que hoje gosa, e que tem sabido aperfeiçoar, e cultivar a ponto de ser actualmente um dos primeiros do nosso paiz. Foi então que verdadeiramente principiou a estudar; e foi no periódico d'essa sociedade, intitulado o Cosmorama Litterario, que fez as suas primeiras armas, publicando alguns curtos ensaios, e escrevendo a To- . maãa de Ceuta. Em 1839 cursou a Universidade de Coimbra, aonde se demorou menos de dous annos, estudando o primeiro anno mathematico e philosophico, e provando n'elle a mais decidida repugnância pelas sciencias exactas, e mais ainda, pôde ser, pela disciplina das aulas, regulada pela corda do sino. Uma grave enfermidade de peito, que o teve próximo da sepultura, obrigou-o a recolher-se em 1841 a Lisboa, e a suspender toda a apphcação. Quando as forças lho consentiram tornou a dedicar-se com fervor ás letras, e escreveu na Bevista» Universal um romance, já de bastante valor, Baússo por homisio, devendo muito, para se abalançar a tentar o gênero, ao seu amigo A. Herculano, cuja amisadé adquiriu n'aquella epocha. A datar d'este romance em diante, decidiu-se a verdadeira vocação de Rebello da Silva, e principiou a pizar a carreira litteraria sem hesitação. Apezar de muito moço ainda, soube adquirir mais cedo do que é vulgar a sua madureza de reflexão e pensamento, á custa de muito estudo e apphcação. Antecipou-se aos annos na cultura previa do seu espirito, e mal avistou o horisonte largo e brilhante que se abria diante d'elle, colligiu todas as forças e empenhou todos os recursos para fortalecer e caracterisar a sua vocação, necessariamente ainda balbuciante, conseguindo vencer assim quasi de uma vez o espaço que medéa entre ambos, antes do tempo, que de ordinário amadurece as faculdades, etc. etc.» Em 1845 foi-lhe conferido o logar de Official da Secretaria do Conselho d'Estado, e depois promovido a Secretario do mesmo Conselho em 1849, cargo de que desistiu passado pouco tempo. Ultimamente foi por S. M. nomeado Professor da cadeira de Historia pátria e universal do novo Curso superior de Letras, creado por decreto de 3 de Outubro de, 1858, e que vai abrir-se em Janeiro de 1861, achando-se os respectivos programmas já publicados no Diário de Lisboa, e transcriptos no Jornal do Commercio, n.° 2119 de 20 de Outubro de 1860. Tem sido por varias vezes eleito Deputado ás Cortes desde 1848, e ainda na presente legislatura funcciona como tal. É Membro do Conselho geral de Instrucção Publica, desde a sua organisação em 1859: Sócio do Conservatório Real desde 1845, e da Academia Real das Sciencias de Lisboa desde 1854. Pertence egualmente ao Instituto de Coimbra, e a outras corporações litterarias. Foi em 1846 Fiscal do theatro de D. Maria II, e Redactor do Diário do Governo; e encarregado durante alguns annos da redacção do Boletim do Ministério das Obras Publicas; e ainda agora desempenha oficialmente varias outras commissões litterarias, de que haverá occasião de falar no decurso d'este artigo. Nos Almanachs de Portugal para 1855 e 1857 lê-se, que é condecorado com a commenda da Ordem de Christo; circumstancia todavia inconciliável com a negativa expressa e terminante de um dos seus biographos, que devemos suppor-bem informado, o qual escrevendo em 1856, conclue a sua narração com as palavras seguintes: «Rebello da Silva honra-se de não ter pedido, nem acceitado mesmo um habito de Christo! N'este ponto o seu orgulho consiste em ser exceptuado d'essa chuva de fitas de todas as cores, que de graça, ou por conta corrente, poucas fardas e casacas tem deixado limpas. Também não é Conselheiro; e esperamos que até ao fim se isempte d'esia alcunha deplorável, que pela diffusão se tornou quasi uma offensa para os homens que valem por si, e não pelos diplomas regios.» Para coordenar o catalogo dos escriptos até agora impressos em separado, e dos artigos escolhidos por mais notáveis entre tantos com que a sua penna

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laia a Sociedade Philomatica, e alli a emulação despertou o desenvolvimento<br />

intellectual; alli se exercitou em falar em publico, e não pouco deveu áquellas<br />

palestras juvenis para ir grangeando a reputação de orador, que hoje gosa, e<br />

que tem sabido aperfeiçoar, e cultivar a ponto de ser actualmente um dos primeiros<br />

do nosso paiz. Foi então que verdadeiramente principiou a estudar; e<br />

foi no periódico d'essa sociedade, intitulado o Cosmorama Litterario, que fez<br />

as suas primeiras armas, publicando alguns curtos ensaios, e escrevendo a To-<br />

. maãa de Ceuta. Em 1839 cursou a Universidade de Coimbra, aonde se demorou<br />

menos de dous annos, estudando o primeiro anno mathematico e philosophico,<br />

e provando n'elle a mais decidida repugnância pelas sciencias exactas, e<br />

mais ainda, pôde ser, pela disciplina das aulas, regulada pela corda do sino.<br />

Uma grave enfermidade de peito, que o teve próximo da sepultura, obrigou-o<br />

a recolher-se em 1841 a Lisboa, e a suspender toda a apphcação. Quando as<br />

forças lho consentiram tornou a dedicar-se com fervor ás letras, e escreveu na<br />

Bevista» Universal um romance, já de bastante valor, Baússo por homisio, devendo<br />

muito, para se abalançar a tentar o gênero, ao seu amigo A. Herculano,<br />

cuja amisadé adquiriu n'aquella epocha. A datar d'este romance em diante, decidiu-se<br />

a verdadeira vocação de Rebello da Silva, e principiou a pizar a carreira<br />

litteraria sem hesitação. Apezar de muito moço ainda, soube adquirir mais<br />

cedo do que é vulgar a sua madureza de reflexão e pensamento, á custa de muito<br />

estudo e apphcação. Antecipou-se aos annos na cultura previa do seu espirito,<br />

e mal avistou o horisonte largo e brilhante que se abria diante d'elle, colligiu<br />

todas as forças e empenhou todos os recursos para fortalecer e caracterisar a<br />

sua vocação, necessariamente ainda balbuciante, conseguindo vencer assim quasi<br />

de uma vez o espaço que medéa entre ambos, antes do tempo, que de ordinário<br />

amadurece as faculdades, etc. etc.»<br />

Em 1845 foi-lhe conferido o logar de Official da Secretaria do Conselho<br />

d'Estado, e depois promovido a Secretario do mesmo Conselho em 1849, cargo<br />

de que desistiu passado pouco tempo. Ultimamente foi por S. M. nomeado Professor<br />

da cadeira de Historia pátria e universal do novo Curso superior de Letras,<br />

creado por decreto de 3 de Outubro de, 1858, e que vai abrir-se em Janeiro<br />

de 1861, achando-se os respectivos programmas já publicados no Diário<br />

de Lisboa, e transcriptos no Jornal do Commercio, n.° 2119 de 20 de Outubro<br />

de 1860. Tem sido por varias vezes eleito Deputado ás Cortes desde 1848, e<br />

ainda na presente legislatura funcciona como tal. É Membro do Conselho geral<br />

de Instrucção Publica, desde a sua organisação em 1859: Sócio do Conservatório<br />

Real desde 1845, e da Academia Real das Sciencias de Lisboa desde<br />

1854. Pertence egualmente ao Instituto de Coimbra, e a outras corporações litterarias.<br />

Foi em 1846 Fiscal do theatro de D. Maria II, e Redactor do Diário<br />

do Governo; e encarregado durante alguns annos da redacção do Boletim do<br />

Ministério das Obras Publicas; e ainda agora desempenha oficialmente varias<br />

outras commissões litterarias, de que haverá occasião de falar no decurso d'este<br />

artigo.<br />

Nos Almanachs de Portugal para 1855 e 1857 lê-se, que é condecorado com<br />

a commenda da Ordem de Christo; circumstancia todavia inconciliável com a<br />

negativa expressa e terminante de um dos seus biographos, que devemos suppor-bem<br />

informado, o qual escrevendo em 1856, conclue a sua narração com<br />

as palavras seguintes: «Rebello da Silva honra-se de não ter pedido, nem acceitado<br />

mesmo um habito de Christo! N'este ponto o seu orgulho consiste em<br />

ser exceptuado d'essa chuva de fitas de todas as cores, que de graça, ou por<br />

conta corrente, poucas fardas e casacas tem deixado limpas. Também não é<br />

Conselheiro; e esperamos que até ao fim se isempte d'esia alcunha deplorável,<br />

que pela diffusão se tornou quasi uma offensa para os homens que valem por<br />

si, e não pelos diplomas regios.»<br />

Para coordenar o catalogo dos escriptos até agora impressos em separado,<br />

e dos artigos escolhidos por mais notáveis entre tantos com que a sua penna

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