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pertencia ao P. D. Thomás Caetano de Bem, e fora anteriormente de D. José
Barbosa. No fim do segundo tomo se collocou um amplo glossário das palavras
e phrases latinas que se contém n'estas comédias. Dirigiu a edição o professor
Joaquim José da Costa e Sá, de quem é a prefação do editor, que anda á frente
do tomo i, segundo o testemunho de Monsenhor Ferreira Gordo.—Também se
fez outra edição para uso dos estudantes de latinidade, com o titulo:
50) Ordem, ou construição litteral, palavra por palavra, das primeira/L
quatro comédias de Terencio, etc. Lisboa, na Offic. de Simão Thaddeo Ferreira
1790. 8." 2 tomos.
Deixou também Leonel da Costa manuscripta uma versão da Eneida, cujo
autographo existindo no Porto em fins do século passado em poder do medicq
Antônio Francisco da Silva, veiu parar finalmente ás mãos de Ricardo Raimundo
Nogueira, offerecido ad*%overno pela viuva do referido medico, com a
condição de ser concedida a exempção do serviço das milícias a um seu sobrinho,
que tinha em casa. Esta historia é contada por José Augusto Salgado na
sua Bibl. Lusitana escolhida, pag. 33.—Onde existirá agora aquelle autograi,
pho? Leonel da Costa é auctor estimado, posto que o P. Antônio Pereira de Figueiredo
não o julgasse digno de entrar na lista dos trinta e seis escriptores,'
que elle reputava por melhores entre os nossos clássicos. Porém o P. Francisco,!
José Freire cita-o varias vezes, sempre com louvor, e não duvida qualifica]^
como «bom observador da pureza da nossa lingua.»
Não será inútil dar aqui o juizo que a respeito d'elle fez José Maria da
Costa e Silva, no citado tomo vi do Ensaio. «Não tinha (diz) nascido poeta;,
falto de imaginação, versificador medíocre, e escriptor pouco elegante. Alias
muito erudito, bom sabedor do latim, e talvez do grego, as suas traducções de
Virgílio e Terencio, posto que estejam muito longe de serem julgadas perfeitas,
têem corrido sempre com credito do seu nome, e fez com ellas não pequeno serviço
á nossa htteratura, tão escassa n'este gênero. Do seu poema de Sancta Maria
Egypciaca, se é que tal nome merece, pode dizer-se que não tem fábula, nem
argumento, e que o auctor se reduziu simplesmente a traduzir em quintilhas
mal fabricadas uma lenda do Fios Sanctorum, annexando-lhe alguns trechosle
episódios ascéticos, desprovidos do estylo pittoresco e elegante, e faltos de affectos
vehementes.»
LEONEL DE SAMPAIO, pseudonymó de Vicente de Paulo de Faria,
segundo informações que me foram presentes. Vej. no logar competente.
LEONEL TAVARES CABRAL, nascido em Coimbra a 9 de Fevereiro
de 1790; foram seus pães Antônio Caetano de Sousa e Oliveira e D. Rita Tavares
Cabral Arez. Freqüentou e concluiu o curso jurídico da Universidade,,,
tomando o grau de Bacharel em Leis em Julho de 1819, e exerceu por alguns
annos a profissão de Advogado em Coimbra. Destinando-se depois á vida da
magistratura, foi nomeado Juiz de fora da ilha do Pico (Açores), e tomou posse _
como tal em 14 de Janeiro de 1826. Emigrado de 1828 a 1833 em Inglaterra^,
Bélgica e França, foi eleito Deputado ás Cortes de 1834, e depois em quasi todas
as seguintes legislaturas, sendo a ultima a de 1851. Adstncto desde o principio
ao partido da opposiçâo liberal, permaneceu n'elle constantemente, servindo-o
com lealdade e desinteresse, do que lhe resultaram entre outras perseguições
e desgostos, o de ser preso na cadêa da^idade em 7 de Outubro de 1846
e conservado tal até o fim da lucta civil em Junho do anno seguinte. M. em 2
de Agosto de 1853.—E.
51) Sobre uma carta do sr. Cândido José Xavier ao sr. coronel Rodrigo
Pinto Pizarro, em data de 6 de Janeiro de 1832.—E additamento á «Norma
das Regências de Portugal» do mesmo sr. coronel R. P. Pizarro. Paris, Impr. de
Augusto Mie 1832. 8." gr. de 16 pag.