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Baixar - Brasiliana USP

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140 JO<br />

sos: porque ordinariamente pedem aos poucos que se sacrificam por amor das<br />

letras qualidades que não possuem, e perfeições extraordinárias. Hoje faz-se<br />

justiça ao monsenhor Pizarro, como daqui a annos se fará ao Instituto; os<br />

filhos d'aquelles, que desejam ver principiar as cousas por onde ellas acabam,'<br />

serão os nossos apologistas. >•<br />

Quasi no mesmo sentido se exprime o sr. dr. Pereira da Silva nos Varõà<<br />

illustres do Brasil. « Esta obra (diz) é escripta sem systema e sem estylo: pecca 1<br />

por obscuridade de plano, por. desconnexão de factos, por confusão de datas<br />

ode epochas históricas. É porém um thesouro inexgotavel de sciencia, um archivo<br />

completo de todos os acontecimentos que se succederam no paiz; um<br />

monumento do mais subido valor histórico, chronologico e geographico para o<br />

Brasil.»<br />

Ouçamos ainda o juizo, algum tanto diverso, que d'ella faz o sr. Varnhagen<br />

na Historia geral do Brasil, tomo 11, pag. 348: « Fazemos menção d'estas<br />

Memórias para não parecermos omissos: pois prefeririamos calar que o auctor,<br />

valendo-se aliás dos trabalhos dos conegos Henrique Moreira de CarvalfeayJosé<br />

Joaquim Ribeiro e José de Sousa Marmello, produziu uma obra confusa^ffusa,<br />

e até ás vezes obtusa.»<br />

Para rectificar e completar em parte estas Memorias\, o sr. A. A. Pereira<br />

Coruja, membro do Instituto, apresentou um trabalho, que já foi publicado na<br />

Revista trimensal, tomo xxi, pag. 303 a 315, cujo titulo é:<br />

Algumas annotações ás Memórias históricas do monsenhor Pizarro e Araújo,<br />

na parte relativa ao continente do Rio-grande do Sul.<br />

JOSÉ DE SOUSA RANDEIRA, natural de Lisboa e nascido em 1789.<br />

Era Escrivão do judicial na comarca de Guimarães, quando em 1828 foi presrJí<br />

por motivos políticos, e processado pela Alçada do Porto, que o conderríhou a<br />

degredo perpetuo para o presidio de Pungo-Andongo em África. Transferido<br />

da cadéa do Porto para a de Lisboa, e remettido depois para a torre de S. Julião<br />

da Barra, ahi jazeu desde 11 de Agosto de 1830, até obter a liberdade comi<br />

todos os seus companheiros de infortúnio em 24 de Julho de 1833.<br />

É desde alguns annos o decano dos jornalistas portuguezes, por ser elleo!<br />

e em 1826 começou a redigir em Guimarães o periódico Azemel. Foi em<br />

835 redactor do Artilheiro, passando depois a collaborador do Periódico dos<br />

Pobres do Porto, no qual escrevia as Cartas de Braz Tisana, que serviam 1 de<br />

folhetins. Adoptou emfim este titulo para o novo jornal, que, desligando^-; da<br />

empreza dos Pobres, começou a publicar por si em 1851, e que ainda agora<br />

dura contando já nove volumes. "'*'*<br />

O redactor e proprietário fez d'esta folha um periódico de indole peculiar,<br />

espécie de Pasquino ambulante, ou verdadeiro campo neutro, aberto, como elle<br />

diz, ao ataque e á defensa. As suas columnas apparecem diariamente preencha 1<br />

das com as correspondências de toda a casta, e sobre todo o assumpto, enviadas<br />

de diversos pontos do reino, principalmente de Lisboa. O caracter, estylo efirfc'(<br />

de taes correspondências variam entre si tanto como diffcrem os dos individads*'<br />

ue as fornecem. A maior parte das pseudonymas não passa, pelo commum,<br />

âe ser o vehiculo de nojentas intrigas particulares, e de vinganças é odios'pessoaes,<br />

apenas disfarçados sob capa do zelo do bem publico. A decência,* e a<br />

própria verdade, nem sempre são respeitadas pelos escrevinhadores, que julgando-se<br />

acobertados da mascara mais ou menos diafana com que presumem<br />

disfarçar-se, vibram contra os adversários o punhal do doesto e da calumnià,' 1<br />

sacrificando quasi sempre ao próprio interesse o credito e reputação alheia.'<br />

D'ahi a divulgação de defeitos pessoaes, falsos ou verdadeiros, a invenção ou<br />

curso dado a mentiras e embustes, que ás vezes se vêem forçados a confessar<br />

taes, quando se tracta de invocar contra elles a severidade da lei (Vej. ainda 1<br />

ha pouco o n.» 262 de 13 de Novembro corrente, na pag. 2.", col. 3.«)',"é sobretudo<br />

o detestável gosto de enxovalharem com dicterios e apodos riüieufel 1 &<br />

'

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