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Baixar - Brasiliana USP

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8 JO<br />

amostra três oitavas ou estâncias, tomadas ao acaso, e avaliem pelo dedo a grandeza<br />

do gigante.<br />

Porei em primeiro logar a 40.» do canto i, em que o inspirado poeta vai<br />

contando a entrada dos alfiados em Paris em 1814, "a abdicação de Napoleão e<br />

a restauração dos Bourbons:<br />

«Luís dezoito foi logo acclamado,<br />

Pois por antiga herança a razão tinha<br />

P'ra a coroa restaurar, e foi chamado<br />

Porque bem na verdade lhe convinha:<br />

Manda-se o cruel Nero envergonhado<br />

Onde lá o coma a tinha, e mais morrinha;<br />

E onde as tristes historias do futuro<br />

Chamem seu coração pedernal duro (!!!).<br />

Seja agora a oitava 46. a , espécie de peroração com que se termina o referido<br />

canto:<br />

nVae-te embora, musa, mais não digo,<br />

Remonta-te no alto do Parnaso,<br />

Nenhuma cousa mais quero comtigo,<br />

Muito te tenho posto em campo raso:<br />

Consola-me tu só com teu abrigo,<br />

Porque do mundo eu jâ não faço caso;<br />

O mundo é um carro com quatro rodas;<br />

Sempre uma vai direita, as outras tortas (!!!)<br />

Admiremo-lo em.fim no seu prophetico enthusiasmo, meditando sobre os<br />

resultados prováveis da batalha de Waterloo (canto v, est. 35. a ):<br />

«Francezes, queira Deus que me eu engane<br />

Nó meu vóo prophetico (homem só!)<br />

Ou foge o Trampoleão*lá para os seus manes,<br />

Deixando a Paris ardendo em dó,<br />

Ou esquartejado morre em crimes grandes,<br />

Uma perna em Moscow, outra em Roma, oh!<br />

A cabeça em Lisboa; as entranhas vão<br />

Para os tigres da Hircania, ou do Japão (!!!).<br />

Parece-me que já não restará duvida de que a este nosso medico trasmontano<br />

compete de jus a honra de ter inaugurado no seu tempo a eschola,<br />

na qual depois se alistaram tão brilhantemente o auctor da Pedrdda, e outros<br />

modernos vates, que com elle fazem coro!<br />

3989) Nova Esther em Portugal: Poema, que á rainha Sancta Isabel, mulher<br />

do senhor rei D. Diniz, fundadora do ducado de Bragança, protectora do<br />

reino português, primeira fundadora e commendaddra da respeitável ordem de<br />

Jesus Christo nosso senhor e salvador; defensora de Coimbra na funesta invasão<br />

dos francezes em 1808-1811; mãe dos pobres; madrinha dos ajjlictos; amparo<br />

dos desgraçados (cujo corpo certamente está inteiro no real convento de<br />

Sancta Clara de Coimbra ha 471 annos), canta etc. Lisboa, Imp. Regia 1819.<br />

8.» gr. de 132 pag.—Comprehende, salvo erro, 461 oitavas, sem divisão de<br />

cantos.<br />

Posto que nas idéas, estylo e linguagem este poema não vá muito longe<br />

da Europa roubada, parece comtudo que o auctor o escrevera em algum intervalo<br />

mais lúcido. E talvez attendendo a isso, não foi como o outro retirado<br />

do mercado, havendo ainda agora exemplares á venda na casa dos srs. Viuva<br />

Bertrand & Filhos, e custam, se não me engano, 160 réis.

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