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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

Ora, o idealismo transcendental, conforme assinala corretamente Henry E. Allison 1 ,<br />

considera o espaço, tempo e as categorias <strong>do</strong> entendimento como condições<br />

epistêmicas e não ontológicas, abrin<strong>do</strong>-se , assim, um ―conceptual space‖ para o<br />

pensamento de objetos não empíricos, dentre os quais estão os agentes humanos<br />

como agentes racionais, que podem ser considera<strong>do</strong>s como coisas em si mesmas.<br />

Dessa forma, os seres humanos podem atribuir-se a si mesmos um caráter<br />

inteligível, já que as condições epistêmicas mencionadas não representam a<br />

propriedade de todas as coisas em geral.<br />

Pode-se dizer que Kant pretende, com a dupla maneira de consideração <strong>do</strong> sujeito<br />

agente, destacar que o determinismo causal natural é o ponto de vista legítimo e<br />

necessário para a explicação das ações humanas, dada a condição destas de<br />

eventos empíricos e de produtos de seres sensíveis como são os seres humanos.<br />

To<strong>do</strong>s os eventos empíricos caem dentro das condições espaço-temporais e<br />

categoriais, unicamente mediante as quais nós podemos conhecê-los. Ora, sen<strong>do</strong> as<br />

ações humanas eventos empíricos, é forçoso que as consideremos dentro <strong>do</strong>s<br />

quadros epistêmicos apresenta<strong>do</strong>s por Kant na Estética e na Analítica.<br />

Se o determinismo causal natural é o ponto de vista legítimo e necessário para a<br />

explicação de to<strong>do</strong>s os eventos empíricos, nos quais se incluem as ações humanas,<br />

parece não haver razões para que tal ponto de vista impeça compreensões<br />

alternativas caso estas não levantem as mesmas pretensões que aquela assegura<br />

para si com exclusividade. Ora, as ações humanas, dada a singularidade <strong>do</strong>s seres<br />

humanos, seres <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de razão e entendimento (sobretu<strong>do</strong> de razão), requerem<br />

um outro ponto de vista possível, um ponto de vista que seja capaz de justificar<br />

praticamente as ações 2 . Assim, se faz necessário considerar o caráter empírico <strong>do</strong><br />

1 Cf. Kant‟s Theory of Free<strong>do</strong>m, p. 44.<br />

2 I. KANT. CRP B 577-578: ―Todas as ações <strong>do</strong> homem no fenômeno estão determinadas segun<strong>do</strong> a<br />

ordem da natureza, por seu caráter empírico... Mas se ponderarmos justamente estas mesmas ações<br />

com relação à razão, e não à especulativa a fim de explicar aquelas segun<strong>do</strong> a sua origem, mas<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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