19.04.2013 Views

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

interpretações, com o intuito único de esclarecer melhor nossa própria hipótese de<br />

trabalho.<br />

1) Comecemos por A. Philonenko, cuja análise da obra kantiana se filia<br />

expressamente a Hermann Cohen, menciona<strong>do</strong> anteriormente. A sinuosa trajetória<br />

de Kant rumo à filosofia crítica, afirma Philonenko, tem seu momento decisivo<br />

quan<strong>do</strong> o autor da Dissertação de 70 se dá conta de que nesta obra ele<br />

permanecera assimilan<strong>do</strong>, erroneamente, o conceito <strong>do</strong> a priori com o conceito <strong>do</strong><br />

inato (PHILONENKO, 1983, I, p. 76) . ―Percebe-se que unin<strong>do</strong> psicologia e filosofia<br />

transcendental, Kant confunde o fato com o direito e se<br />

encontra, em 1770, incapaz de enunciar a questão que define o criticismo: quid<br />

juris?‖ (PHILONENKO, 1983, I, p. 77). Sem recusar essa assimilação, prossegue<br />

Philonenko, ―o problema da unidade <strong>do</strong> conhecimento científico, como fonte <strong>do</strong> real<br />

que se exprime nas leis, princípios de determinação <strong>do</strong>s fenômenos <br />

na investigação da possibilidade de o homem aceder ao existente e ao mesmo<br />

tempo desanda na antropologia e na psicologia‖ (PHILONENKO, 1983, I, p. 93). –<br />

Como é fácil notar, em sua reconstrução da trajetória de Kant rumo a Crítica da<br />

razão pura Philonenko assimila entre si psicologia, antropologia e subjetividade,<br />

todas tidas como resíduos de uma perspectiva não crítica – ou melhor, pré-crítica –,<br />

que só fez adiar o idealismo transcendental e a revolução que viria romper a clássica<br />

dependência <strong>do</strong> conhecimento em relação ao ser.<br />

Sem entrar no mérito <strong>do</strong>s marcos gerais da interpretação de Philonenko, vale servir-<br />

se dela para precisar que, quan<strong>do</strong> sinalizamos a referência que a filosofia crítica<br />

contém a premissas de fun<strong>do</strong> antropológico, de mo<strong>do</strong> algum pretendemos relativizar<br />

o corte que a separa das formas de <strong>do</strong>gmatismo em polêmica com as quais teve sua<br />

origem. Pensamos, ao contrário, ser possível mostrar que o projeto crítico, no que<br />

possui de mais característico, possui uma orientação antropológica decisiva. Dois<br />

textos são bastante esclarece<strong>do</strong>res a esse respeito. O primeiro deles é o conheci<strong>do</strong><br />

passo da Lógica de Jäsche em que Kant reduz a filosofia em senti<strong>do</strong> cosmopolita a<br />

quatro perguntas fundamentais, quais sejam: ―1) o que posso saber? 2) o que devo<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

Página8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!