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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

qual transcorre a investigação suplementar atinente ao Juízo. ―Aquilo que não pode<br />

aparecer na divisão da filosofia, pode todavia aparecer na crítica da faculdade de<br />

conhecimento pura em geral, a saber no caso de conter princípios que por si não<br />

são úteis, nem para o uso teórico, nem para o uso prático‖ (KU B XXI, trad. p.<br />

20/21)‖ 1 . Nem por isso tal princípio é secundário; ao contrário, em 1790, Kant deixa<br />

claro que somente graças à faculdade de julgar podemos conceber uma passagem<br />

―<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> conceito de natureza para o de liberdade‖ (KU, B LVI, trad. 40). Ora,<br />

ten<strong>do</strong> em vista que, com a faculdade de julgar, ―a crítica toma o lugar da teoria‖ (KU<br />

B X, trad. p. 14), nela a distinção operante entre natureza e liberdade se mantém<br />

recuada em relação a to<strong>do</strong> tipo de objetividade e revela que o ponto em torno <strong>do</strong><br />

qual gravitam epistemologia, crítica da ilusão e moralidade, originan<strong>do</strong>-se da<br />

referência da filosofia à ―menschliche Vernunft‖, não corresponde a positividade<br />

alguma. Tu<strong>do</strong> parece indicar, portanto, que, por decisiva que seja para o projeto<br />

crítico e sua substituição ao <strong>do</strong>gmatismo, a referência ao homem não acolhe nem<br />

suscita qualquer teoria <strong>do</strong> homem. A subjetividade kantiana, parece-nos possível<br />

mostrar, situa-se entre a tematização <strong>do</strong> cogito no quadro de uma ontologia da<br />

substância (Descartes, Leibniz) e o enquadramento <strong>do</strong> homem no âmbito das<br />

ciências <strong>do</strong> espírito (neokantismos), constituin<strong>do</strong>-se, por isso, em uma ocasião<br />

privilegiada para investigarmos as relações existentes entre crítica e antropologia no<br />

limiar da filosofia contemporânea.<br />

2. O problema antropológico na literatura: duas referências<br />

O compromisso da filosofia crítica com a antropologia foi objeto da atenção de<br />

muitos intérpretes. Sem qualquer intuito exaustivo, relacionamos aqui somente duas<br />

1 No mesmo senti<strong>do</strong>, lê-se, na Primeira Introdução: ―Se se trata não da divisão de uma filosofia, mas<br />

de nossa faculdade-de-conhecimento a priori por conceitos (da superior), isto é, de uma crítica da<br />

razão pura , a representação sistemática da faculdade-de-conhecimento resulta tripartida, ou<br />

seja, primeiramente a faculdade de conhecimento <strong>do</strong> universal (das regras), o entendimento, em<br />

segun<strong>do</strong> lugar a faculdade da subsunção <strong>do</strong> particular sob o universal, o Juízo, e em terceiro lugar a<br />

faculdade da determinação <strong>do</strong> particular pelo universal (da derivação a partir de princípios), isto é, a<br />

razão‖ (EE, trad. p. 170/1).<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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