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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

acomodação <strong>do</strong>s temas da metafísica especial (liberdade, alma e Deus), cuja<br />

pretensão teórica, contestada por Kant na Crítica da razão pura, dá lugar à vocação<br />

última da razão para a moral e a religião.<br />

Observe-se, a propósito, que esta transição da primeira para a segunda Crítica traz<br />

implicações significativas para a ordem elementar comum a ambas. Com efeito, com<br />

o uso prático da razão, o problema cosmológico adquire prerrogativas inéditas frente<br />

à psicologia e a cosmologia racionais. Enquanto, na 1 a Crítica, em comparação com<br />

elas a cosmologia somente dispunha de uma prerrogativa fenomenológica – as<br />

antinomias, afinal, constituíam o terreno privilegia<strong>do</strong> de manifestação da aparência<br />

transcendental –, agora, é a partir da liberdade que as ideias psicológica e teológica<br />

―obtêm consistência... e realidade objetiva‖ (KpV A 5). Digamos que, na passagem<br />

da teoria à prática, um princípio regula<strong>do</strong>r, através <strong>do</strong> qual a razão exigia a<br />

ampliação <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> entendimento no conhecimento empírico, se torna constitutivo<br />

– ou, por outra: o princípio de reflexão sobre a natureza inflete em fundamento de<br />

determinação da ação moral.<br />

E aqui começamos a nos aproximar de nosso ponto: não faltam indícios de que a<br />

reformulação <strong>do</strong>s elementos, operada na transição da 1 a para a 2 a Crítica e possível<br />

graças à unidade da razão na diversidade de seus usos, é balizada por uma dupla<br />

referência à finitude <strong>do</strong> homem. De um la<strong>do</strong>, a limitação <strong>do</strong> conhecimento<br />

especulativo ao âmbito <strong>do</strong>s fenômenos, a partir da qual o incondiciona<strong>do</strong> ganha o<br />

estatuto transcendental de ―simples ideia‖ na Dialética transcendental, mobiliza<br />

como fator decisivo a natureza sensível de nossa intuição (Estética transcendental).<br />

É ten<strong>do</strong> em vista os resulta<strong>do</strong>s desta última em sua articulação com a Lógica<br />

transcendental que Kant irá decretar que o incondiciona<strong>do</strong> é incognoscível, embora<br />

permaneça sen<strong>do</strong> pensável para nós. De outro la<strong>do</strong>, a moralidade é definida na<br />

Crítica da razão prática como a<strong>do</strong>ção de uma máxima baseada no mandamento da<br />

razão em oposição direta aos móbiles patológicos 1 , o que configura um conflito que<br />

1 ―A virtude é a força da máxima <strong>do</strong> homem no cumprimento de seu dever. – Toda força se reconhece<br />

apernas pelos obstáculos que é capaz de superar; no caso da virtude, os obstáculos são as<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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