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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

concretos. Esta interpretação torna o Eu uma presença leve ―que tem de<br />

acompanhar toda a nossa vida espiritual‖.<br />

Para concluir provisoriamente 1 : a teoria de La Rocca, que demonstra a<br />

compatibilidade entre representações inconscientes e autoconscientes, faz ressaltar<br />

a presença positiva das representações inconscientes contribuin<strong>do</strong><br />

substancialmente para a produção <strong>do</strong> conhecimento e para a criação de soluções de<br />

problemas da razão em to<strong>do</strong>s os seus níveis. Consequentemente, falta reelaborar<br />

com mais ousadia a teoria <strong>do</strong> conhecimento de Kant desde a perspectiva da<br />

complementação mútua de representações obscuras e conscientes.<br />

Em recente reunião de físicos declarou-se que apenas o percentual de 4% da<br />

matéria era conheci<strong>do</strong> até agora. Isto faz supor que os físicos, independentemente<br />

das proezas que propiciaram (viagens interplanetárias), têm uma idéia obscura da<br />

quase totalidade da matéria, sem plena certeza <strong>do</strong> que nessas viagens os espera.<br />

Se a ciência da natureza, depois de tantos investimentos e sucessos, encontra-se<br />

apenas no seu início, ven<strong>do</strong> seu objeto como um páli<strong>do</strong> ponto luminoso dentro da<br />

noite <strong>do</strong> conhecimento, que dizer então da filosofia, bem mais antiga e mais difícil<br />

que a própria investigação física? Significa dizer, muito mais justificadamente, que a<br />

consciência <strong>do</strong> pre<strong>do</strong>mínio de representações inconscientes no exercício da razão a<br />

faz despertar para a consciência de que ela se encontrará para sempre em um<br />

eterno início; de que o enigma <strong>do</strong> ser humano no universo não vai ser decifra<strong>do</strong> por<br />

ela; que teremos de conviver obscuramente com ele, mas certamente com a<br />

autoconsciência de uma admiração crescente pelo nosso destino.<br />

Curitiba, 30 de junho de 2009<br />

1 Na apresentação deste texto na UFPR, foi-me pergunta<strong>do</strong> em que a concepção das representações<br />

claras e distintas de Kant se relacionaria ou diferenciava da equivalente concepção de Descartes.<br />

Relen<strong>do</strong> então as Meditações metafísicas, verifiquei que pelo menos nessa obra as diferenças seriam<br />

maiores que as semelhanças: Descartes não parece aí preocupa<strong>do</strong> em diferenciar clareza e<br />

distinção; funda ambos os conceitos teologicamente; não atribui clareza aos senti<strong>do</strong>s, que se<br />

enganam como se fossem sentimentos de pensamentos confusos.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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