19.04.2013 Views

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

Mais controversa é a afirmação de Brandt de que Kant não usa o termo unbewusst<br />

(inconsciente), embora Ru<strong>do</strong>lf Eisler o tenha incluí<strong>do</strong> em seu Kant-Lexikon (1930). 1<br />

Enfim, para o comenta<strong>do</strong>r, Kant não investiga o inconsciente (cf. Kommentar 157).<br />

Para Brandt tampouco a Antropologia oferece alguma ponte das representações<br />

obscuras da consciência para o sentimento de prazer e a faculdade de apetição.<br />

Contu<strong>do</strong> enten<strong>do</strong> que outros autores referi<strong>do</strong>s – Leibniz/Locke, para os quais a alma<br />

está repleta de representações diminutas, e Herder: a nossa alma é uma força<br />

representativa <strong>do</strong> universo, cujo fun<strong>do</strong> total é constituí<strong>do</strong> de ideias obscuras (cf.<br />

Brandt 149) – oferecem suporte à concepção de Kant, de que o olho humano vê,<br />

ainda que obscuramente, o que o telescópio mostra. Mas, pensa Kant, se o homem<br />

pudesse ser consciente de todas as representações que ocupam a alma, seria uma<br />

espécie de divindade.<br />

Uma investigação acabada <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> das representações não-conscientes na<br />

teoria <strong>do</strong> conhecimento de Kant ainda está por ser feita. Claudio La Rocca, com seu<br />

texto Der dunkle Verstand. Unbewusste Vorstellungen und Selbstbewusstsein bei<br />

Kant (O entendimento obscuro. Representações inconscientes e autoconsciência em<br />

Kant), ofereceu uma relevante contribuição para o desenvolvimento da reflexão<br />

nessa direção, a partir da pergunta pelas ―condições de possibilidade de uma<br />

investigação <strong>do</strong> inconsciente como uma esfera independente e múltipla de eventos e<br />

processos mentais‖. 2 Sua resposta é de que Kant, para além das contribuições de<br />

Leibniz e Wolff a uma lógica <strong>do</strong> inconsciente, opera uma transformação radical da<br />

concepção das chamadas representações obscuras: ele, fundamentalmente, faz<br />

implodir essa concepção, dan<strong>do</strong>-lhe uma direção nova. Segun<strong>do</strong> ele, Kant deixa de<br />

ver as representações obscuras como um defeito da falta de reflexividade no fun<strong>do</strong><br />

da alma, que, ao invés, por meio delas realiza plenamente a sua função. Ou seja,<br />

1 EISLER, R. Kant-Lexikon. Hildesheim: Georg Olms, 1964, p.549-550.<br />

2 In: ROHDEN, V.; TERRA, R.; ALMEIDA, G.; RUFFING, M. (Hrsg.). Recht und Frieden in der<br />

Philosophie Kants. Akten des X. Internationalen Kanat Kongresses, v. II. Berlin / New York: Walter de<br />

Gruyter, 2008, p. 457.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

Página9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!