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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

,1991, p. 161). Curiosamente, quan<strong>do</strong> a noção de senti<strong>do</strong> na história sofre os mais<br />

duros ataques, uma corrente de pensamento alimentada na esteira <strong>do</strong>s<br />

acontecimentos que culminaram com a queda <strong>do</strong> muro de Berlim, em 1989, projeta-<br />

se sobre o princípio teleológico da filosofia da história moderna. ―Fala-se hoje em dia<br />

de estarmos ingressan<strong>do</strong> numa época pós-moderna (...) em que não mais se creria<br />

numa história que faça senti<strong>do</strong> e tenha duração, tratar-se-ia, antes de um perío<strong>do</strong><br />

em que as teorias globais de qualquer tipo seriam impossíveis ou perderiam<br />

credibilidade mobiliza<strong>do</strong>ra‖. (CARDOSO, 1996, p. 7). No século XX produziu-se na<br />

França o movimento <strong>do</strong>s ―Annales‖, com a proposta de uma ―nova história‖,<br />

despreocupada com causas finais e essencialmente fascinada pelo brilho <strong>do</strong>s<br />

temas, méto<strong>do</strong>s e objetos de análise. Este grupo de historia<strong>do</strong>res tem se<br />

caracteriza<strong>do</strong> com raras exceções, pela heterogeneidade presente desde os<br />

primórdios e por pragmatismo meto<strong>do</strong>lógico que os une. Por outro la<strong>do</strong>, o quadro de<br />

uma sociedade ―pós-moderna‖ os diferencia, instalan<strong>do</strong>-se uma profunda crise da<br />

razão: ―No momento em que o vento da história soprava para construir uma<br />

sociedade nova os pensa<strong>do</strong>res buscavam o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> futuro humano e inscreviam<br />

o presente na lógica racional. De Kant a Marx, sem esquecer Hegel, temos a<br />

compreensão <strong>do</strong>s fundamentos das batalhas em curso pela liberdade. Ao contrário,<br />

quan<strong>do</strong> as resistências às mudanças triunfam, no momento em que as esperanças<br />

são frustradas, em que a desilusão se enraíza, assiste-se a recusa da racionalização<br />

global <strong>do</strong> real (...) a história perde, então, to<strong>do</strong> o senti<strong>do</strong>, fragmenta-se em múltiplos<br />

segmentos‖. (DOSSE, 1994, p. 8). Diante <strong>do</strong> impasse a respeito das discussões<br />

sobre uma eventual crise de modelos explicativos, de uma possível fragmentação <strong>do</strong><br />

conhecimento histórico, já denunciada por Dosse, o pensamento latino-americano<br />

encontra-se talvez, neste início de milênio, em uma situação de menor tensão para<br />

encontrar sua racionalidade, esta será a hipótese central dessa investigação<br />

científica. A questão que se coloca é de outra natureza. A visão eurocêntrica que<br />

tais filosofias da história apresentam em seus fundamentos teóricos e<br />

meto<strong>do</strong>lógicos, portanto sua natureza particular, regional que exclui a história as<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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