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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

os viventes que por sua natureza são da mesma forma que ele. Neste senti<strong>do</strong><br />

poderia ser o caso de se perguntar se existe apenas um céu único ou há uma<br />

pluralidade de céus, ou mesmo um número infinito; contu<strong>do</strong>, essa questão,<br />

aparentemente complexa, se resolve como que facilmente pela primeira alternativa,<br />

isto é, de que há somente um céu, pois em se aceitan<strong>do</strong> que este fora construí<strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> a imitação de um modelo eterno, só poderá haver um céu – o que então<br />

fará com que o mun<strong>do</strong> se apresente como a imagem em movimento da própria<br />

eternidade. Contu<strong>do</strong>, esta solução aparentemente fácil exige que se leve em conta<br />

pelo menos <strong>do</strong>is problemas aí implica<strong>do</strong>s: o <strong>do</strong> ser eterno e o <strong>do</strong> efêmero. Por um<br />

la<strong>do</strong>, o eterno é o não nasci<strong>do</strong>, que pode ser atingi<strong>do</strong> pela intelecção e pelo<br />

raciocínio, exatamente por nunca mudar; no dizer de Platão, quanto mais<br />

meditarmos sobre a sua natureza, apesar de toda e qualquer mutação de nossa<br />

constituição, mais ele será identifica<strong>do</strong> conosco ou dele mais nos aproximaremos –<br />

Platão chama-o de o Mesmo, associan<strong>do</strong>-o à perfeição, à imobilidade, à<br />

continuidade da alma. Por outro la<strong>do</strong>, o efêmero é o que sempre nasce, jamais<br />

ten<strong>do</strong> existência, sen<strong>do</strong> sempre <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> ilusório; Platão chama-o de o Outro,<br />

associan<strong>do</strong>-o ao imperfeito, à mobilidade e a imperfeição da matéria (35a). Isto<br />

significa que para algo como o Mun<strong>do</strong>, ou melhor, o Corpo <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> possa existir,<br />

há que haver antes dele próprio alguma coisa que unifique o Mesmo e o Outro numa<br />

composição tal que permita a ambos desenvolverem sua natureza constitutiva; o<br />

que não é senão a Alma <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>.<br />

O fato da Alma <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> ser anterior ao Corpo <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> remete a uma idéia tanto<br />

de liberdade como de indestrutibilidade, pois seria absur<strong>do</strong> ter si<strong>do</strong> o Corpo forma<strong>do</strong><br />

antes da Alma. Desse mo<strong>do</strong>, a Alma é considerada primeira pelo fato de ter si<strong>do</strong><br />

feita para comandar o que ainda estaria para ser cria<strong>do</strong>; neste caso, ela já deveria<br />

ter si<strong>do</strong> estabelecida antes <strong>do</strong> próprio Corpo <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong>. No dizer de Platão, isso se<br />

deu através da mistura da substância indivisível, que se comporta sempre de<br />

maneira invariável, e da substância divisível, que está nos corpos, da qual resultara<br />

uma terceira espécie de substância, isto é, uma substância intermediária que, como<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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