19.04.2013 Views

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

que creem na utilidade de se ocuparem de metafísica, de que lhes é absolutamente<br />

necessário interromper o seu trabalho, considerar como inexistente tu<strong>do</strong> o que se<br />

fez até agora e levantar antes de tu<strong>do</strong> a questão: .‖ (KANT, 1988, p.12)<br />

Ao expor o erro da Metafísica, Kant esboça <strong>do</strong>is aspectos particulares da Razão,<br />

porém complementares. (...) ―tentamos tornar clara a grande diferença entre os <strong>do</strong>is<br />

usos da razão, a saber, o discursivo segun<strong>do</strong> conceitos e o intuitivo mediante a<br />

construção de conceitos‖ (KANT, 1996, p.433, A747).<br />

Mas antes de expormos um exemplo da utilização desse termo (A Intuição) por Kant,<br />

é necessário esclarecer ainda sobre os juízos ou proposições. Toda proposição ou<br />

juízo consiste num sujeito lógico <strong>do</strong> qual se diz algo, e um predica<strong>do</strong>, que é aquilo<br />

que se diz desse sujeito.<br />

O autor diferencia <strong>do</strong>is tipos de juízos, os analíticos e os juízos sintéticos. Os<br />

primeiros são juízos de análise em que o predica<strong>do</strong> está conti<strong>do</strong> no sujeito e a ele<br />

nada acrescenta, e os últimos são juízos construtivos onde o predica<strong>do</strong> acrescenta<br />

algo ao sujeito. Ao elucidar os primeiros, utiliza-se da Matemática para expor seu<br />

conceito de intuição.<br />

Mas, se não me quiserem conceder isso, bem, então restrinjo a minha proposição à<br />

matemática pura, cujo conceito já implica que não contém um conhecimento empírico, mas<br />

um puro conhecimento a priori. Poder-se-ia, antes de mais, pensar que a proposição<br />

(7+5=12) é uma simples proposição analítica, que resulta <strong>do</strong> conceito de uma soma de sete<br />

e cinco, em virtude <strong>do</strong> princípio de contradição. Mas, olhan<strong>do</strong> de mais perto, descobre-se<br />

que o conceito da soma de sete e cinco não contém mais nada senão a reunião de <strong>do</strong>is<br />

números em um só, sem que pense minimamente o que seja esse único número, que<br />

compreende os <strong>do</strong>is. O conceito de <strong>do</strong>ze de mo<strong>do</strong> algum está pensa<strong>do</strong> pelo simples fato de<br />

eu pensar essa reunião de sete e cinco, e por mais que analise longamente o meu conceito<br />

de tal soma possível, não encontrarei no entanto, aí o número <strong>do</strong>ze. É preciso ultrapassar<br />

esses conceitos, recorrer a intuição que corresponde a um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is números, por exemplo<br />

os seus cinco de<strong>do</strong>s ou cinco pontos, e assim acrescentar, uma após outra, as unidades <strong>do</strong><br />

cinco da<strong>do</strong> pela intuição ao conceito de sete. (KANT, 1988, p.27)<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

Página3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!