Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná
Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 Com as abordagens supra, o filósofo abre portas para suas outras obras que tratam da aplicação da ética no espaço da formação do caráter do homem. No parágrafo anterior falamos sobre a aplicação da ética no espaço da formação do caráter do ser racional finito, no entanto, tal assertiva não pode passar ao largo do conteúdo das declarações do autor no prefácio de sua Fundamentação da Metafísica dos Costumes, onde afirma o que se segue: Tanto a filosofia natural quanto a filosofia moral podem cada qual ter a sua parte empírica, pois aquela tem de determinar as leis da natureza como objeto da experiência, e esta, as da vontade do homem enquanto é afetada pela natureza; as primeiras, considerando-as como leis segundo as quais tudo acontece, a segunda, como leis segundo as quais tudo deve acontecer, mas ponderando também as condições pelas quais com freqüência não acontece o que devia acontecer. Pode-se chamar empírica toda a filosofia que se baseia em princípios da experiência; mas a que apresenta as suas teorias derivando-as exclusivamente de princípios a priori denomina-se filosofia pura. Essa, quando é simplesmente formal, chama-se Lógica; porém se limita a determinados objetos do entendimento, recebe então o nome de Metafísica. Dessa forma, surge a idéia de uma dupla Metafísica, uma metafísica da Natureza e uma Metafísica dos Costumes. A Física terá, pois, sua parte empírica, mas também uma parte racional; da mesma forma a Ética, se bem que nesta a parte empírica se poderia chamar especialmente antropologia prática, enquanto a parte racional seria a Moral propriamente dita. (Kant, 1984, p.103). 1 verschffen, d. i. die objekiv-praktiche Vermunft auch subjektiv praktisch machen könne. (Werke. Band VII. 287). 1 Dagegen können, sowohl die natürliche, als sittliche Welweisheit, jede ihren empirischen Teil haben, weil jene der Natur, als einen Gegenstande der erfahrung, diese aber dem Willen des Menschen, so fern er durch die Natur affiert wird, ihre Gesetze bestimmen muβ, die erstern zwar als Gesetze, nach denen alles geschieht, die zweiten als solche, nach denen alles geschehen soll, aber doch auch mit Erwägung der bendingungen, unter denen es öfters nicht geschieht. Man kann alle Philosophie, so fern sie sich auf Gründer der Erfahrung fuβt, empirische, die aber, so lediglich aus Prinzipien a priori ihre Lehren vorträgt, reine Philosophie nennen. Die letztere, I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página3
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 Daí lembrar-se que para o filósofo, ao referir-se ao termo ética, tornar-se indispensável ter claro que este possui dupla acepção, sendo a primeira referente à sua parte empírica e a segunda à sua parte racional. No tocante à parte empírica o termo refere-se a uma antropologia prática, enquanto em sua parte racional faz referencia à Moral propriamente dita. Neste mesmo diapasão, Kant prossegue entendendo necessária uma antropologia prática para que o ser racional finito tenha favorecida a capacidade de receber. Capacidade de interiorizar, em sua voluntas, por educação e exercício, uma legislação moral, e afirmá-la eficaz. É assegurado pelo pensador que "o homem, afetado por inclinações, é na verdade capaz de conceber a ideia de uma razão pura prática, mas não é tão facilmente dotado da força necessária para a tornar eficaz in concreto no seu comportamento" (Kant, 1984, p.103). 1 Fundamentado na afirmação supra, o pensamento kantiano afirma, para a fixação desta legislação moral, a necessidade indispensável de uma Metafísica dos Costumes. Não apenas para fins de especulação das fontes dos princípios práticos que residem a priori na razão dos seres racionais finitos, mas para fixação do princípio supremo da moralidade (Kant, 1984, pp.103-104). E este para que sirva como fio condutor ou vetor, norma suprema do julgamento do ser racional finito. Esta norma dada a priori, exigirá ―ainda uma faculdade de julgar apurada pela experiência, para por um lado, distinguir em que caso ela tem aplicação e, por outro, wenn sie bloβ formal ist, heiβt Logik; ist sie aber auf bestimmte Gegenstände des Vertandes eingeschränkt, so heiβt sie Metaphysik. Auf solche Weise entspringt die idee einer zwiefchen Metaphysik, einer Metaphysik der Natur unde einer Metaphysik der Sitten. Die Physik wir also ihren emprisichen, aber auch einen rationalen Teil haben; die Ethik gleichafalls; wiewohl hier der empirische Teil besonders praktische Antropologie, der rationale aber eigentlich moral heiβen könnte. (Werke Band VI, VII p.11-12) 1 [...] des Menschen und Nachdruck zur Ausünbung zu verschaffen, da diese, als sebst mit so viel Neigungen affiziert, der Idee einer praktischen reinen Vernunft zwar fähig, aber nicht so leicht vermögend ist, sie in seinem Lebenswandel in concreto wirksam zu machem (Werke. Band VII. p.13- 14). I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página4
- Page 237 and 238: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 239 and 240: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 241 and 242: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 243 and 244: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 245 and 246: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 247 and 248: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 249 and 250: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 251 and 252: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 253 and 254: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 255 and 256: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 257 and 258: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 259 and 260: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 261 and 262: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 263 and 264: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 265 and 266: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 267 and 268: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 269 and 270: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 271 and 272: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 273 and 274: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 275 and 276: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 277 and 278: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 279 and 280: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 281 and 282: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 283 and 284: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 285 and 286: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 287: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 291 and 292: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 293 and 294: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 295 and 296: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 297 and 298: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 299 and 300: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 301 and 302: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 303 and 304: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 305 and 306: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 307 and 308: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 309 and 310: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 311 and 312: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 313 and 314: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 315 and 316: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 317 and 318: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 319 and 320: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 321 and 322: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 323 and 324: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 325 and 326: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 327 and 328: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 329 and 330: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 331 and 332: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 333 and 334: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 335 and 336: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 337 and 338: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />
I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />
Com as abordagens supra, o filósofo abre portas para suas outras obras que tratam<br />
da aplicação da ética no espaço da formação <strong>do</strong> caráter <strong>do</strong> homem.<br />
No parágrafo anterior falamos sobre a aplicação da ética no espaço da formação <strong>do</strong><br />
caráter <strong>do</strong> ser racional finito, no entanto, tal assertiva não pode passar ao largo <strong>do</strong><br />
conteú<strong>do</strong> das declarações <strong>do</strong> autor no prefácio de sua Fundamentação da<br />
Metafísica <strong>do</strong>s Costumes, onde afirma o que se segue:<br />
Tanto a filosofia natural quanto a filosofia moral podem cada qual ter a sua<br />
parte empírica, pois aquela tem de determinar as leis da natureza como<br />
objeto da experiência, e esta, as da vontade <strong>do</strong> homem enquanto é afetada<br />
pela natureza; as primeiras, consideran<strong>do</strong>-as como leis segun<strong>do</strong> as quais<br />
tu<strong>do</strong> acontece, a segunda, como leis segun<strong>do</strong> as quais tu<strong>do</strong> deve<br />
acontecer, mas ponderan<strong>do</strong> também as condições pelas quais com<br />
freqüência não acontece o que devia acontecer.<br />
Pode-se chamar empírica toda a filosofia que se baseia em princípios da<br />
experiência; mas a que apresenta as suas teorias derivan<strong>do</strong>-as<br />
exclusivamente de princípios a priori denomina-se filosofia pura. Essa,<br />
quan<strong>do</strong> é simplesmente formal, chama-se Lógica; porém se limita a<br />
determina<strong>do</strong>s objetos <strong>do</strong> entendimento, recebe então o nome de Metafísica.<br />
Dessa forma, surge a idéia de uma dupla Metafísica, uma metafísica da<br />
Natureza e uma Metafísica <strong>do</strong>s Costumes. A Física terá, pois, sua parte<br />
empírica, mas também uma parte racional; da mesma forma a Ética, se bem<br />
que nesta a parte empírica se poderia chamar especialmente antropologia<br />
prática, enquanto a parte racional seria a Moral propriamente dita. (Kant,<br />
1984, p.103). 1<br />
verschffen, d. i. die objekiv-praktiche Vermunft auch subjektiv praktisch machen könne. (Werke. Band<br />
VII. 287).<br />
1 Dagegen können, sowohl die natürliche, als sittliche Welweisheit, jede ihren empirischen Teil haben,<br />
weil jene der Natur, als einen Gegenstande der erfahrung, diese aber dem Willen des Menschen, so<br />
fern er durch die Natur affiert wird, ihre Gesetze bestimmen muβ, die erstern zwar als Gesetze, nach<br />
denen alles geschieht, die zweiten als solche, nach denen alles geschehen soll, aber <strong>do</strong>ch auch mit<br />
Erwägung der bendingungen, unter denen es öfters nicht geschieht.<br />
Man kann alle Philosophie, so fern sie sich auf Gründer der Erfahrung fuβt, empirische, die<br />
aber, so lediglich aus Prinzipien a priori ihre Lehren vorträgt, reine Philosophie nennen. Die letztere,<br />
I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />
II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />
Página3