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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

desenhar corpos novos e melhores, ou simplesmente viver com padrões de<br />

informação existentes nas redes de computa<strong>do</strong>res, como se fossemos fantasmas de<br />

um vasto maquinismo‖ (ELLIOTT, 2003).<br />

Atualmente, alguns teóricos atentam sobre uma transmutação ontológica, realizada<br />

no movimento duplo em que a evolução biotecnológica, realizada pelo próprio<br />

homem, insere elementos ao seu cotidiano que rompem com a tradicional fronteira<br />

entre o natural e o artificial, alteran<strong>do</strong> também as formas de subjetivação,<br />

fragmentada pelo constructo pós-moderno.<br />

Em Crash (1996), acompanhamos o que Deleuze trataria como uma experiência no<br />

campo das intensidades. Corpo e máquina comungam de uma violência<br />

sexualizada, representada pela exploração <strong>do</strong>s acidentes de trânsito e de seu<br />

potencial destrui<strong>do</strong>r, sem estabelecer uma moralidade, mas simplesmente a<br />

intensidade e fascínio. ―A carne e o metal se fundem não num organismo<br />

cibernético, mas numa massa indiferenciada, em vez da construção custosa e<br />

racional, o que fascina é a sua desintegração erótica, violenta e primitiva‖<br />

(RÜDIGER, 2006, p.53).<br />

São as próprias entranhas <strong>do</strong>s personagens cronenberguianos que lhes manifestam<br />

uma potência até então ignorada, e não uma alteridade gerada por fatores externos.<br />

É no convívio com essa nova condição que se desenrola o enre<strong>do</strong>, pelo esta<strong>do</strong><br />

gera<strong>do</strong> da fusão com um ser-outro, como o homem-inseto de A mosca (1986). ―O<br />

híbri<strong>do</strong>, nesse caso, torna-se sinônimo de degeneração, lugar das aberrações<br />

orgânicas e tecnológicas, que renega a assepsia em favor de um devir excretório em<br />

que o corpo exsuda tripas e órgãos atravessa<strong>do</strong>s pelo artifício‖ (ALTMANN, 2007,<br />

p.44).<br />

No cinema de Cronenberg encontramos uma análise de que a alteridade de um<br />

corpo impregna<strong>do</strong> pela tecnologia se mostra desenvolvida de maneira transgressiva<br />

e perversa, ocasionan<strong>do</strong> o caos subjetivo resulta<strong>do</strong> da transmutação corpórea, em<br />

uma desterritorialização que converte o corpo em espaço aberto para um devir pós-<br />

humano.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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