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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

Em suas fábulas contemporâneas, a problemática <strong>do</strong> desenvolvimento científico e<br />

tecnológico não ocorre em disputas externas, com robôs, armas laser e toda<br />

arquitetura e parafernália comum a ficção científica <strong>do</strong>s blockbusters<br />

hollywoodianos. O confronto se faz de maneira interna aos sujeitos, presos a<br />

situações bizarras e escatológicas, geralmente provocadas por suas mentes ou<br />

iniciadas em seus próprios corpos, que, para Cronenberg, não existem de maneiras<br />

distintas. ―Só existe um único elemento carnal. Estou consertan<strong>do</strong> uma falha<br />

cartesiana.‖ (KAUFMAN, 2003)<br />

Uma ―nova carne‖ é então profetizada em meio a subjetivações dilaceradas pela<br />

mídia, biotecnologia e das configurações socioeconômicas. Scott Bukatman (1994),<br />

em seu estu<strong>do</strong> sobre o pensamento teórico e a ficção científica <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século<br />

passa<strong>do</strong>, destaca a existência de uma ―identidade terminal‖, que manifesta não só<br />

as ansiedades, mas também os anseios humanos diante das possibilidades<br />

maquínicas. O homem estaria escapan<strong>do</strong> de si para um abismo indefini<strong>do</strong> ou um<br />

mun<strong>do</strong> de novas perspectivas.<br />

Como aponta Deleuze (1985 e 1990), o cinema propiciaria uma lógica diferenciada,<br />

sen<strong>do</strong> essencial para entender a forma e o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> imaginário pós-humano.<br />

Nietzsche já discutia sobre as possibilidades <strong>do</strong> Übermensch, um homem além da<br />

existência mediana da Modernidade, resgata<strong>do</strong> equivocadamente pelo ideal ariano<br />

<strong>do</strong> nazismo.<br />

Deleuze e Guattari com a sua filosofia <strong>do</strong> desejo apontam para a construção e o<br />

desenvolvimento de um corpo sem órgãos (CsO), conceito forma<strong>do</strong> através da<br />

literatura de Artaud, como sen<strong>do</strong> uma prática que levaria além das estratificações<br />

impostas ao corpo. ―O CsO é o que resta quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> foi retira<strong>do</strong>. E o que se retira<br />

é justamente o fantasma, o conjunto de significâncias e subjetivações‖ (DELEUZE;<br />

GUATTARI, 1997, p.12).<br />

Com as novas tecnologias, os entusiastas observam que não só uma pós-<br />

humanidade seria possível, mas até mesmo destino certo. A nanotecnologia, por<br />

exemplo, é apontada como a chave para um futuro pós-humano. ―Poderíamos<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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