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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

A segunda parte <strong>do</strong> diálogo, cujo interlocutor passa a ser Polo, é pautada na<br />

discussão sobre a natureza e a utilidade da retórica. Este interlocutor renova a<br />

afirmação de que a arte da retórica é a mais bela de todas. Para Sócrates, ao<br />

contrário, a retórica não é uma arte, mas uma atividade empírica que se destina a<br />

produzir adulação e prazer; não se trata de um poder que possa trazer o bem aquele<br />

que a possui, pois através da retórica a realidade é substituída pela ilusão, e o Bem<br />

pelo prazer imediato.<br />

Para Sócrates os retóricos não poderiam ser os mais poderosos, visto que não usam<br />

a razão nem tem ciência <strong>do</strong> bem, somente julgam conhecê-lo e, ato contínuo,<br />

também julgam agir em função <strong>do</strong> mesmo. O poder sem o uso da razão é um mal<br />

que prejudica a to<strong>do</strong>s, pois traz a injustiça e a infelicidade. A felicidade viria da<br />

bondade e da virtuosidade na justiça, ou seja, a felicidade reside em agir de acor<strong>do</strong><br />

com a razão e segun<strong>do</strong> a justiça. O retórico pode trabalhar contra essa proposição,<br />

quan<strong>do</strong> em um tribunal defende um acusa<strong>do</strong> sem procurar a verdade, pois essa<br />

liberta tanto quem sofreu a injustiça quanto quem a cometeu, porque ―a acção<br />

praticada tem a mesma qualidade da acçao sofrida.‖ (PLATÃO, p.98).<br />

Isto posto, a justiça é a mais bela das artes, a que liberta a alma <strong>do</strong> homem da<br />

injustiça e da intemperança, muito embora seja melhor não contrair o mal a ser<br />

liberta<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo.<br />

Faz-se pertinente observar que o raciocínio de Sócrates baseia-se na admissão de<br />

que o ser humano é constituí<strong>do</strong> por um corpo e por uma alma. De forma paralela a<br />

esta dicotomia, é que o autor indica as artes que têm por objeto o bem da alma: a<br />

legislação e a justiça.<br />

No terceiro e último diálogo de ―Górgias‖, onde o interlocutor de Sócrates é Cálicles,<br />

apresenta-se uma distinção entre verdade, justiça e bem, segun<strong>do</strong> a natureza e<br />

segun<strong>do</strong> a convenção.<br />

Ao contrário <strong>do</strong> prazer, de características imediatas, o bem possui a natureza <strong>do</strong><br />

imperecível, não se prende ao sensível nem ao imediato, mas permanece para além<br />

<strong>do</strong> que se corrompe.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

Página3

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