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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 abundância ou duração, pois a medida da felicidade se encontra nos resultados favoráveis dos prazeres produzidos. Necessariamente, a consequência de uma escolha correta tem como único fim a saúde do corpo e a tranquilidade da alma. Destarte, procura os epicuristas evitar a dor e a inquietude, muitas vezes causadas pela busca incessante do prazer. Sob essa perspectiva, o prazer considerado em si mesmo, é um bem, embora nem todos devam ser buscados. Assim como o sofrimento é um mal, apesar de alguns não ser naturalmente evitados. Com o intuito de proceder adequadamente, um determinado cálculo deve ser efetuado. Utilitarismo é uma corrente filosófica surgida no século XVIII na Inglaterra, que afirma a utilidade como o valor máximo a qual a constituição de uma ética deve fundamentar-se. O utilitarismo baseia-se na compreensão empírica de que os homens regulam suas ações de acordo com o prazer e a dor, perpetuamente tentando alcançar o primeiro e escapar do segundo. Deste modo, uma moral que possa abarcar efetivamente a natureza humana. Nesta perspectiva, a utilidade entendida como capacidade de proporcionar prazer e evitar a dor deve constituir o primeiro princípio moral, isto é, seu valor supremo. O utilitarismo na história da Filosofia é visto como um radicalismo filosófico, uma vez que propõe uma reestruturação dos valores éticos. Os utilitaristas pregam que o fundamento da moral é o Útil ou o princípio da máxima felicidade. Longe de pregar uma moral solipsista baseada apenas na obtenção de prazer individual, o utilitarismo em sua concepção filosófica compreende a utilidade igualmente como felicidade, e esta por sua vez, com o maior prazer do maior número de pessoas possível. Considera que uma ação é correta na medida em que tende a promover a felicidade e errada quando tende a gerar o oposto da felicidade. Por felicidade entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, dor privação de prazer. O Princípio da Máxima Felicidade, ou seja, o fim último, com referência ao qual todas as coisas são desejáveis (seja quando considera-se o próprio bem ou de outras pessoas) traduz-se em uma existência livre, tanto quanto possível, de dor e a mais rica possível em prazeres, tanto em relação a quantidade como a qualidade. O teste de qualidade e a medida pela qual I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página2

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 compara à quantidade consiste na preferência daqueles que em suas oportunidades de experimentar à qual deve ser acrescentado aos seus hábitos de autoconsciência e de auto-inspeção. Sendo esta a finalidade de toda ação humana, trata-se necessariamente do padrão de moralidade, que pode ser exposto da seguinte maneira: as regras e preceitos para a conduta humana, cuja observância garante uma existência para toda humanidade, deve também ser estendidos a todos os seres da criação dotados de sensibilidade, conforme suas naturezas permitam. Na carta enviada por Epicuro a Meneceu, estão resumidos os principais pontos da sabedoria moral hedonista, entre os quais, muito comum aos adotados pelo utilitarismo, sobretudo no padrão avaliador do bem e do mal, como também no cálculo efetuado através da razão a indicar o melhor procedimento no objetivo de promover a felicidade. O século XVIII foi o século das luzes e do renascimento das teses utilitaristas, influência do pensamento hedonista de Epicuro. Por mais plausível que seja a concepção de utilidade - entendendo como útil aquilo que promove a felicidade e contribui para amenizar a dor -, definir felicidade, em termos de sentimentos de prazer ou dor, suscita várias interpretações, tanto entre os antigos, quanto entre os modernos. O utilitarismo perdura como corrente filosófica ainda que comportando diferentes compreensões e desdobramentos até nossos dias. Uma comparação entre as atuais correntes morais e as antigas permite a análise dos argumentos utilizados por cada uma delas facilitando a interpretação de suas respectivas teses, ao mesmo tempo em que revela a genealogia das ideias e esclarece os motivos de tantos debates assim como o fascínio exercido por elas ao longo da história do homem. O cerne da doutrina utilitarista encontra-se em Epicuro, o princípio primordial de buscar o prazer e evitar a dor é o ponto central do hedonismo que considera o prazer como o bem maior e a base de uma vida feliz; o Princípio da Máxima felicidade o indivíduo livre pautado em sua racionalidade pode medir suas ações procurando o máximo de prazer e evitar a dor do maior número de pessoas é o início de uma concepção que busca não apenas a felicidade individual, mas sim, I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página3

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

compara à quantidade consiste na preferência daqueles que em suas oportunidades<br />

de experimentar à qual deve ser acrescenta<strong>do</strong> aos seus hábitos de autoconsciência<br />

e de auto-inspeção. Sen<strong>do</strong> esta a finalidade de toda ação humana, trata-se<br />

necessariamente <strong>do</strong> padrão de moralidade, que pode ser exposto da seguinte<br />

maneira: as regras e preceitos para a conduta humana, cuja observância garante<br />

uma existência para toda humanidade, deve também ser estendi<strong>do</strong>s a to<strong>do</strong>s os<br />

seres da criação <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de sensibilidade, conforme suas naturezas permitam. Na<br />

carta enviada por Epicuro a Meneceu, estão resumi<strong>do</strong>s os principais pontos da<br />

sabe<strong>do</strong>ria moral he<strong>do</strong>nista, entre os quais, muito comum aos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s pelo<br />

utilitarismo, sobretu<strong>do</strong> no padrão avalia<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bem e <strong>do</strong> mal, como também no<br />

cálculo efetua<strong>do</strong> através da razão a indicar o melhor procedimento no objetivo de<br />

promover a felicidade.<br />

O século XVIII foi o século das luzes e <strong>do</strong> renascimento das teses utilitaristas,<br />

influência <strong>do</strong> pensamento he<strong>do</strong>nista de Epicuro. Por mais plausível que seja a<br />

concepção de utilidade - entenden<strong>do</strong> como útil aquilo que promove a felicidade e<br />

contribui para amenizar a <strong>do</strong>r -, definir felicidade, em termos de sentimentos de<br />

prazer ou <strong>do</strong>r, suscita várias interpretações, tanto entre os antigos, quanto entre os<br />

modernos. O utilitarismo perdura como corrente filosófica ainda que comportan<strong>do</strong><br />

diferentes compreensões e des<strong>do</strong>bramentos até nossos dias. Uma comparação<br />

entre as atuais correntes morais e as antigas permite a análise <strong>do</strong>s argumentos<br />

utiliza<strong>do</strong>s por cada uma delas facilitan<strong>do</strong> a interpretação de suas respectivas teses,<br />

ao mesmo tempo em que revela a genealogia das ideias e esclarece os motivos de<br />

tantos debates assim como o fascínio exerci<strong>do</strong> por elas ao longo da história <strong>do</strong><br />

homem. O cerne da <strong>do</strong>utrina utilitarista encontra-se em Epicuro, o princípio<br />

primordial de buscar o prazer e evitar a <strong>do</strong>r é o ponto central <strong>do</strong> he<strong>do</strong>nismo que<br />

considera o prazer como o bem maior e a base de uma vida feliz; o Princípio da<br />

Máxima felicidade o indivíduo livre pauta<strong>do</strong> em sua racionalidade pode medir suas<br />

ações procuran<strong>do</strong> o máximo de prazer e evitar a <strong>do</strong>r <strong>do</strong> maior número de pessoas é<br />

o início de uma concepção que busca não apenas a felicidade individual, mas sim,<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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