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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 Em épocas distintas, asserções sobre essas questões certamente têm significados muito diferentes. A situação é bastante diversa se certa filosofia apenas repercute as concepções presentes em uma sociedade (como no caso de Aristóteles), ou se está reagindo a mudanças que começam a ser perceptíveis na sociedade (como no caso de Nietzsche, que reage a movimentos por direitos iguais). A reconstrução ou crítica das filosofias deveria levar essas diferenças em conta. Quando se pensa na história dos efeitos ou na atualização das filosofias, certos temas passam a ter uma importância muito maior ou menor do que tinham na época em que as obras foram escritas. Ora, a vitalidade do pensamento está justamente na possibilidade de ser atualizado, ou seja, de nos ajudar a pensar criticamente as questões do presente. Ao lado das tentativas de atualização, há outro movimento, em certo sentido a elas oposto, que é a perspectiva de culpabilização dos clássicos e de certas posições filosóficas. Culpa-se Marx pelo Gulag, culpa-se a razão por Auschwitz. Há uma espécie de estratégia da suspeita generalizada, que pretende ser radical mas acaba se autodestruindo em contradições performativas. Usa-se a razão para criticar radicalmente a razão, a democracia contra a democracia, a tolerância contra a tolerância. III Levando em conta esta reflexão esquemática sobre a atualização das filosofias, eu gostaria de formular a seguinte questão: ―As observações de Kant sobre as raças atingem o universalismo de sua filosofia?‖. Trata-se de um tema em que venho trabalhando ultimamente, e cujos resultados, ainda parciais, exponho a seguir. Os principais textos kantianos em que a questão das raças aparece são os seguintes: I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página3

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 1. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. (1764) 2. Notas sobre as Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. (Ak, XX) 3. ―Das diferentes raças humanas.‖ (Texto publicado para o anúncio das aulas de geografia física do semestre de verão de 1775. Outra versão foi publicada em 1777, na obra de J. J. Engel Philosoph für die Welt. Cf. Ak, II, 518.) 4. ―Definição do conceito de raça humana.‖ (Berlinische Monatschriften, novembro de 1785. Texto aparentemente suscitado por juízos sobre o artigo anterior de Kant sobre as raças. Cf. Ak, VIII, 479.) 5. ―Sobre o emprego dos princípios teleológicos na filosofia.‖ (Der teutsche Merkur, janeiro-fevereiro de 1788. Duplo propósito: 1. Responder às objeções de Georg Forster dirigidas à ―Definição do conceito de raça humana‖ e também ao ―Começo conjectural da historia humana‖; 2. Afirmar a concordância com as Cartas sobre a filosofia kantiana, de Reinhold. Cf. Ak, VIII, 487.) 6. Antropologia de um ponto de vista pragmático. (1798) 7. Geografia Física. (1802) 8. Lições de antropologia. Como dito, o que apresentarei aqui é um trabalho em andamento e que será articulado em três partes: 1. Na primeira, retomarei algumas análises críticas a respeito da questão das raças no pensamento kantiano. I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página4

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

1. Observações sobre o sentimento <strong>do</strong> belo e <strong>do</strong> sublime. (1764)<br />

2. Notas sobre as Observações sobre o sentimento <strong>do</strong> belo e <strong>do</strong> sublime.<br />

(Ak, XX)<br />

3. ―Das diferentes raças humanas.‖ (Texto publica<strong>do</strong> para o anúncio das<br />

aulas de geografia física <strong>do</strong> semestre de verão de 1775. Outra versão<br />

foi publicada em 1777, na obra de J. J. Engel Philosoph für die Welt.<br />

Cf. Ak, II, 518.)<br />

4. ―Definição <strong>do</strong> conceito de raça humana.‖ (Berlinische Monatschriften,<br />

novembro de 1785. Texto aparentemente suscita<strong>do</strong> por juízos sobre o<br />

artigo anterior de Kant sobre as raças. Cf. Ak, VIII, 479.)<br />

5. ―Sobre o emprego <strong>do</strong>s princípios teleológicos na filosofia.‖ (Der<br />

teutsche Merkur, janeiro-fevereiro de 1788. Duplo propósito: 1.<br />

Responder às objeções de Georg Forster dirigidas à ―Definição <strong>do</strong><br />

conceito de raça humana‖ e também ao ―Começo conjectural da<br />

historia humana‖; 2. Afirmar a concordância com as Cartas sobre a<br />

filosofia kantiana, de Reinhold. Cf. Ak, VIII, 487.)<br />

6. Antropologia de um ponto de vista pragmático. (1798)<br />

7. Geografia Física. (1802)<br />

8. Lições de antropologia.<br />

Como dito, o que apresentarei aqui é um trabalho em andamento e que será<br />

articula<strong>do</strong> em três partes:<br />

1. Na primeira, retomarei algumas análises críticas a respeito da questão<br />

das raças no pensamento kantiano.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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