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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

crítico (limites <strong>do</strong> conhecimento, espaço e tempo como formas da sensibilidade).<br />

Para não perder o fio condutor, é possível retomar o ponto chave <strong>do</strong> escrito de 1766<br />

em relação à caracterização espaço-temporal. Lá, os visionários abarcavam seus<br />

objetos que transcendiam o mun<strong>do</strong> sensível por meio <strong>do</strong> espaço e tempo, uma vez<br />

que toda a descrição deles era possível colocan<strong>do</strong>-os dentro das características<br />

espaço-temporal. Além disso, os visionários caíam em confusão ao utilizar espaço e<br />

tempo para abarcar coisas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> suprassensível, uma vez que estes são<br />

instrumentos da intuição sensível. Assim, parece que é em 1766 que Kant se dá<br />

conta de que espaço e tempo são responsáveis por aquilo que se pode conhecer,<br />

além de perceber que é o sujeito que possui as formas espaço-temporal. Com efeito,<br />

a obra Sonhos de um visionário possivelmente pode ser caracterizada como um<br />

escrito que se encaixa no contexto crítico se considerarmos o tema que concerne ao<br />

espaço e tempo e a distinção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is mun<strong>do</strong>s; além <strong>do</strong>s limites da razão que<br />

configura de vez a obra com a possibilidade de ser caracterizada como o marco da<br />

virada crítica (se ela for considerada no contexto da idealidade <strong>do</strong> espaço e tempo e<br />

os limites <strong>do</strong> conhecimento). Nesse senti<strong>do</strong>, só há uma coisa a dizer acerca <strong>do</strong>s<br />

limites <strong>do</strong> conhecimento humano com relação ao escrito de 1766 desembocan<strong>do</strong> na<br />

Crítica de 1781: tu<strong>do</strong> aquilo que se quer conhecer está no campo sensível – na<br />

experiência – e isso já foi aponta<strong>do</strong>, por Kant, na obra de 1763 intitulada ―Único<br />

argumento possível de uma demonstração da existência de Deus‖ (Beweisgrund) e<br />

agora nos Sonhos, pois, quimeras são fantasias que transpostas para o campo<br />

sensível não passam de ilusões. Ou seja, se não está no espaço e no tempo e muito<br />

menos visível por to<strong>do</strong>s não é possível de ser conheci<strong>do</strong>, e se alguém afirmar que<br />

vê e acredita ser verdadeiro é porque, segun<strong>do</strong> o próprio Kant, está comedi<strong>do</strong> por<br />

alguma <strong>do</strong>ença mental. Em outras palavras, é um louco. Consideran<strong>do</strong> a obra de<br />

1766 como um escrito de caráter crítico, a primeira pergunta que deve-se fazer é:<br />

em que senti<strong>do</strong>? Vários interpretes da filosofia kantiana apontam para diversas<br />

hipóteses que dizem respeito à virada crítica ou mesmo revolução copernicana. Por<br />

um la<strong>do</strong>, tem-se que a filosofia de Kant torna-se crítica a partir <strong>do</strong> momento em que<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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