19.04.2013 Views

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

ele defenderá na segunda Crítica. Mas no Cânone o autor da Crítica parece definir<br />

esse conceito como sen<strong>do</strong> algo bastante diverso e, em certo senti<strong>do</strong>, surpreendente.<br />

Kant define o Sumo Bem no Cânone da primeira Crítica como sen<strong>do</strong> ―a ideia de<br />

semelhante inteligência, na qual a vontade moralmente mais perfeita, ligada à<br />

suprema beatitude, é a causa de toda a felicidade no mun<strong>do</strong>‖ (B 838). A definição de<br />

Sumo Bem aqui parece bastante clara, isto é, significa essa ―inteligência‖ suprema<br />

que une a felicidade em proporção à virtude (moralidade) <strong>do</strong> sujeito agente. Noutras<br />

palavras, pode-se dizer que em ―O cânone da razão pura‖ na primeira Crítica Kant<br />

concebe o Sumo Bem como sen<strong>do</strong> Deus.<br />

Ante o exposto levantam-se algumas perguntas: 1) porque no Cânone Kant defende<br />

algo sobre a fundamentação da moralidade que parece tão contraditório com o que<br />

ele expõe na FMC quatro anos mais tarde? 2) porque no Cânone Kant entende o<br />

Sumo Bem como sen<strong>do</strong> Deus se na CRPr ele afirmará que essa compreensão é<br />

errônea, apresentan<strong>do</strong> assim, outra caracterização desse conceito? 3) porque o fim<br />

último da razão pura (Sumo Bem) possui um elemento empírico em sua composição,<br />

qual seja, a felicidade? Dentre todas essas questões que se levantam a partir das<br />

afirmações de Kant no Cânone, neste ensaio nos restringiremos a analisar a<br />

segunda delas.<br />

Segun<strong>do</strong> Frederick Beiser o conceito de Sumo Bem que os filósofos modernos<br />

tinham em mente era o conceito de Cidade de Deus de Santo Agostinho, embora<br />

com uma nova roupagem (BEISER, 2007, p. 594). Por conseguinte, Kant, de acor<strong>do</strong><br />

com Beiser, serviu-se desse conceito de Sumo Bem influencia<strong>do</strong> não apenas por<br />

Santo Agostinho, mas também por Leibniz, como, aliás, o próprio autor da Crítica<br />

denota numa passagem <strong>do</strong> Cânone. Nela Kant se refere com todas as letras a<br />

Leibniz afirman<strong>do</strong> que, assim como o reino da graça leibniziano, o qual está sob o<br />

governo <strong>do</strong> Sumo Bem, devemos, portanto nos considerar – enquanto submeti<strong>do</strong>s<br />

às leis morais – como participantes de um reino de mesma espécie, ou seja,<br />

governa<strong>do</strong> pelo Sumo Bem (B 840).<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

Página3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!