Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná
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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 ímpeto, porquanto abandonou o fio pelo qual antes a razão o dirigia(...) 1 . Podemos até admitir através da Crítica da Razão Prática ou até pela solução da Terceira Antinomia que todos os homens devem pensar-se livre, porém a diferença entre estes e o Gênio é que o Gênio realmente sente-se livre ele não pensa-se somente livre, porém a cada momento que ele volta os olhos para o mundo, e volta a sistematizar pela sua razão para se comunicar com os demais homens, a razão torna-se um fardo para ele, fato este que será visto um pouco mais adiante. Ainda tratando-se da figura do gênio é intrigante o fato que ―nós‖ geralmente o invejamos, quem nunca quis ser como Goethe, Sócrates, Shakespeare, Homero, Mozart, Bach ou Beethoven entre outros?Segundo Kant, esta suposta ―inveja‖ que possuímos em relação ao Gênio deve-se ao fato que: ―Ser auto-suficiente, por conseguinte isto é fugir dela (da sociedade), é algo que se aproxima do sublime, assim como toda liberação de necessidades” (KU 127) é por esta libertação ou por esta auto-suficiência que invejamos o gênio, pois produz em nós um sentimento próximo ao sublime. Quando observamos o Gênio, sobre-tudo quando reconhecemos seu espírito Genial o qual segundo Kant ele é dotado, sentimos que de algum modo existe uma certa liberdade a qual se evidência em sua produção. Podemos primeiramente investigar quais as características principais que constituem o Gênio buscando sua relação com o mundo, e investigar essa liberdade de pensamento que só gênio tem posse, ou melhor, faz uso. Descobrir até que ponto tal liberdade pode ser vista ou entendida em termos da liberdade transcendental ou da liberdade moral, sem que com isso o sistema kantiano do conhecimento não se abale. Ainda tentar encontrar vestígios nos escritos de Kant algo relativo a um abandono da razão da parte do Gênio (...) o gênio se compraz em seu arrebatado ímpeto, porquanto abandonou o fio pelo qual antes a razão o dirigia (...) 2 , se caso confirmada a hipótese da recusa da razão por parte do gênio, automaticamente recusa também toda a idéia de regularidade e de totalidade as quais a razão é 1 Que significa orientar-se no pensamento? P. 60 2 Que significa orientar-se no pensamento? P. 60 I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página3
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 responsável, ―O uso hipotético da razão tem, pois, por objetivo a unidade sistemática dos conhecimentos do entendimento e esta unidade é a pedra de toque da verdade das regras‖ (A 648, B 676) (Totalidade e regularidade da natureza Dialética Transcendental). Na medida em que avançamos percebemos que a questão do Gênio em Kant nos oferece uma grande e variada fonte de pesquisa de um ponto de vista um tanto quanto instigante, pois partimos em busca de uma figura que apesar de ainda não sabermos bem do que se trata, podemos dizer que possui uma relação com o mundo de algum modo diferente do ―sensus communis‖, é em busca desse algo, desse modo diferente, que pretendemos partir. Referências bibliográficas KANT, I. Antropologia de um Ponto de Vista Pragmático. Trad.: Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, Biblioteca Pólen, 2006. _______. Crítica da Faculdade do Juízo. Trad.: Valério Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 1995. _______. Crítica da razão pura. Trad.: Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989. Segunda Edição. _______.Que significa orientar-se no pensamento? In.: Textos seletos, Petrópolis, RJ: Vozes, 2008 LEBRUN, Gérard. Kant e o Fim da Metafísica. Trad.: Carlos Alberto ribeiro de Moura São Paulo: Martins Fontes, 2002. SUZUKI, Márcio. O Gênio Romântico. São Paulo: Iluminuras, 1998. I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página4
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I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />
ímpeto, porquanto aban<strong>do</strong>nou o fio pelo qual antes a razão o dirigia(...) 1 . Podemos<br />
até admitir através da Crítica da Razão Prática ou até pela solução da Terceira<br />
Antinomia que to<strong>do</strong>s os homens devem pensar-se livre, porém a diferença entre<br />
estes e o Gênio é que o Gênio realmente sente-se livre ele não pensa-se somente<br />
livre, porém a cada momento que ele volta os olhos para o mun<strong>do</strong>, e volta a<br />
sistematizar pela sua razão para se comunicar com os demais homens, a razão<br />
torna-se um far<strong>do</strong> para ele, fato este que será visto um pouco mais adiante.<br />
Ainda tratan<strong>do</strong>-se da figura <strong>do</strong> gênio é intrigante o fato que ―nós‖ geralmente o<br />
invejamos, quem nunca quis ser como Goethe, Sócrates, Shakespeare, Homero,<br />
Mozart, Bach ou Beethoven entre outros?Segun<strong>do</strong> Kant, esta suposta ―inveja‖ que<br />
possuímos em relação ao Gênio deve-se ao fato que: ―Ser auto-suficiente, por<br />
conseguinte isto é fugir dela (da sociedade), é algo que se aproxima <strong>do</strong> sublime,<br />
assim como toda liberação de necessidades” (KU 127) é por esta libertação ou por<br />
esta auto-suficiência que invejamos o gênio, pois produz em nós um sentimento<br />
próximo ao sublime. Quan<strong>do</strong> observamos o Gênio, sobre-tu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong><br />
reconhecemos seu espírito Genial o qual segun<strong>do</strong> Kant ele é <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, sentimos que<br />
de algum mo<strong>do</strong> existe uma certa liberdade a qual se evidência em sua produção.<br />
Podemos primeiramente investigar quais as características principais que constituem<br />
o Gênio buscan<strong>do</strong> sua relação com o mun<strong>do</strong>, e investigar essa liberdade de<br />
pensamento que só gênio tem posse, ou melhor, faz uso. Descobrir até que ponto tal<br />
liberdade pode ser vista ou entendida em termos da liberdade transcendental ou da<br />
liberdade moral, sem que com isso o sistema kantiano <strong>do</strong> conhecimento não se<br />
abale. Ainda tentar encontrar vestígios nos escritos de Kant algo relativo a um<br />
aban<strong>do</strong>no da razão da parte <strong>do</strong> Gênio (...) o gênio se compraz em seu arrebata<strong>do</strong><br />
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confirmada a hipótese da recusa da razão por parte <strong>do</strong> gênio, automaticamente<br />
recusa também toda a idéia de regularidade e de totalidade as quais a razão é<br />
1 Que significa orientar-se no pensamento? P. 60<br />
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