Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná
Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 A LIBERDADE GENIAL Luiz Carlos De Souza Filho Mestrando – UFPR Orientador: Dr. Vinicius Berlendis de Figueiredo Palavras chave: Liberdade – Regularidade – Sistema – Gênio – Arte. lcfdiscipulo@hotmail.com Falar de liberdade em Kant é sempre um desafio, pois para quem ao menos deu uma passada de olhos sobre sua teoria do conhecimento, ou ainda, sobre os escritos onde o autor trata a respeito da moralidade, percebe a dificuldade que cerca o tema da liberdade em Kant, seja ela a liberdade transcendental, ou seja a liberdade prática, se é que podemos dizer que se trata de coisas distintas, pois bem, é este um dos problemas que trataremos no momento, e não satisfeito com tamanha questão o objetivo principal que tenho em vista é investigar se essa liberdade se mostra de algum modo também na terceira crítica de Kant, A Crítica do Juízo (KU), sobretudo na experiência do sentimento estético, e em decorrência disto na figura do Gênio artístico. Desde já podemos afirmar que de modo algum o Gênio é um indivíduo empiricamente livre, pois isso seria uma contradição não só ao espírito mas também a letra da filosofia kantiana, o objetivo então é tentar entender qual a distinção entre um sujeito ―comum‖ determinado por suas faculdades de conhecimento e limitado pela crítica, e o sujeito ―genial‖, o qual possui um ―uso livre de suas faculdades de conhecimento‖ (KU 200) ou ainda, ―Gênio é a inata disposição de ânimo (ingenium) pela qual a natureza dá regra a arte.‖ (KU 181). I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página1
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059 Como entender esse inatismo do Gênio? Segundo Kant o Gênio é um privilegiado pela natureza, um escolhido por ela para dar regra a arte. Sendo assim, como conciliar um filósofo iluminista como Kant, o qual nitidamente nas duas primeiras críticas valoriza a sistematização da razão, mostrando num importante texto chamado: Resposta a pergunta: O que é Esclarecimento? que basta um indivíduo querer sair de sua menoridade, ou seja, tomar uma atitude de deixar de ser guiado por outros, e fazer uso de sua própria razão que após um longo percurso, difícil e penoso, seria capaz de atingir o Esclarecimento, o qual então permitiria ao indivíduo agir moralmente. Sendo a moralidade o fim último não só de um homem individual mas também de um sujeito cosmopolita. Tal questão nos leva a questionar o motivo que leva Kant permitir que através da razão um homem atinja seu fim supremo e não permita que um homem através de sua razão torne-se um gênio, pois como podemos observar nos escritos de Kant o Gênio é um escolhido pela natureza , recebe, é dotado de um espírito genial. Fato que nos leva a uma possível interpretação de que um homem por mais que estude, pesquise, treine, sinta, contemple etc., nunca se tornará um Gênio se a natureza assim não o queira. ―(...) O gênio consiste na feliz disposição, que nenhuma ciência pode ensinar e nenhum estudo pode exercitar, (....) (KU 199). Neste contexto pretendemos analisar ponto a ponto essa figura tão invejada e curiosa que é o gênio artístico, tentar buscar qual a diferença entre ele e o público pois de algum modo ele é diferente dos outros homens, tentaremos então buscar qual seria essa diferença, e neste panorama o problema da liberdade retorna com toda força, pois arriscamos dizer que o tal ―uso livre de suas faculdades de conhecimento‖é o que faz com que o gênio produza sua arte, mesmo este não sendo realmente livre, ou seja, o Gênio pensa-se livre mas empiricamente não o é. Para entender melhor essa questão podemos colocá-las em outras palavras, se pensarmos na distinção entre coisa-em-si e fenômeno no sistema de Kant a qual norteia boa parte de sua filosofia, o Gênio como coisa-em-si pensa-se livre mas como fenômeno está preso ao mundo. (...)o gênio se compraz em seu arrebatado I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção Paraná – SKB/PR Página2
- Page 101 and 102: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 103 and 104: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 105 and 106: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 107 and 108: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 109 and 110: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 111 and 112: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 113 and 114: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 115 and 116: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 117 and 118: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 119 and 120: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 121 and 122: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 123 and 124: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 125 and 126: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 127 and 128: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 129 and 130: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 131 and 132: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 133 and 134: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 135 and 136: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 137 and 138: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 139 and 140: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 141 and 142: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 143 and 144: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 145 and 146: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 147 and 148: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 149 and 150: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 151: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 155 and 156: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 157 and 158: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 159 and 160: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 161 and 162: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 163 and 164: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 165 and 166: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 167 and 168: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 169 and 170: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 171 and 172: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 173 and 174: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 175 and 176: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 177 and 178: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 179 and 180: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 181 and 182: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 183 and 184: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 185 and 186: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 187 and 188: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 189 and 190: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 191 and 192: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 193 and 194: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 195 and 196: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 197 and 198: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 199 and 200: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
- Page 201 and 202: ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FI
ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />
I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />
A LIBERDADE GENIAL<br />
Luiz Carlos De Souza Filho<br />
Mestran<strong>do</strong> – UFPR<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Dr. Vinicius Berlendis de Figueire<strong>do</strong><br />
Palavras chave: Liberdade – Regularidade – Sistema – Gênio – Arte.<br />
lcfdiscipulo@hotmail.com<br />
Falar de liberdade em Kant é sempre um desafio, pois para quem ao menos deu<br />
uma passada de olhos sobre sua teoria <strong>do</strong> conhecimento, ou ainda, sobre os<br />
escritos onde o autor trata a respeito da moralidade, percebe a dificuldade que cerca<br />
o tema da liberdade em Kant, seja ela a liberdade transcendental, ou seja a<br />
liberdade prática, se é que podemos dizer que se trata de coisas distintas, pois bem,<br />
é este um <strong>do</strong>s problemas que trataremos no momento, e não satisfeito com tamanha<br />
questão o objetivo principal que tenho em vista é investigar se essa liberdade se<br />
mostra de algum mo<strong>do</strong> também na terceira crítica de Kant, A Crítica <strong>do</strong> Juízo (KU),<br />
sobretu<strong>do</strong> na experiência <strong>do</strong> sentimento estético, e em decorrência disto na figura <strong>do</strong><br />
Gênio artístico. Desde já podemos afirmar que de mo<strong>do</strong> algum o Gênio é um<br />
indivíduo empiricamente livre, pois isso seria uma contradição não só ao espírito<br />
mas também a letra da filosofia kantiana, o objetivo então é tentar entender qual a<br />
distinção entre um sujeito ―comum‖ determina<strong>do</strong> por suas faculdades de<br />
conhecimento e limita<strong>do</strong> pela crítica, e o sujeito ―genial‖, o qual possui um ―uso livre<br />
de suas faculdades de conhecimento‖ (KU 200) ou ainda, ―Gênio é a inata<br />
disposição de ânimo (ingenium) pela qual a natureza dá regra a arte.‖ (KU 181).<br />
I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />
II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />
Página1