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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

podem envolver (auto)criticismo e refazer(re<strong>do</strong>ing).‖ 1 O que Dall‘Agnol reforça, se<br />

bem o entendemos, é que o saber como é puramente prático, no senti<strong>do</strong> de que<br />

mesmo que o detentor de determina<strong>do</strong> saber tenha em mente as regras que deve<br />

seguir para andar de bicicleta, com sua prática cotidiana, essas regras podem ser<br />

modificadas. Tal modificação não acontece por reflexão racional, mas no próprio<br />

andar de bicicleta, na própria prática dele. Isso acontece de forma clara com um<br />

motorista, que ao aprender na auto-escola as regras de como dirigir um carro, com o<br />

passar <strong>do</strong> tempo, modifica sua maneira de dirigir, aperfeiçoa ou não sua maneira de<br />

dirigir.<br />

O que temos que ter em mente, ao falarmos <strong>do</strong> saber como, e que Wittgenstein<br />

tinha ao falar da variedade de saberes, é que a prática humana é totalmente<br />

dinâmica e mesmo que seja regrada, ela mesma modifica as regras. Ou seja, na<br />

prática <strong>do</strong> próprio jogo as regras podem ser postas à prova e modificadas. Daqui,<br />

pode-se entrar na discussão sobre a possibilidade ou não <strong>do</strong> saber como ser<br />

reduzi<strong>do</strong> ou entendi<strong>do</strong> como uma esfera <strong>do</strong> saber que. Alguns defensores 2 dessa<br />

idéia dizem que a inteligência prática, envolven<strong>do</strong> a observação de regras, ou<br />

aplicações de critérios, requer necessariamente uma reflexão anterior,<br />

caracterizan<strong>do</strong>-se como um saber que. Aqui novamente temos que voltar ao texto<br />

de Dall‘Agnol. Para ele, sen<strong>do</strong> o conhecer como uma habilidade de aplicar regras<br />

adquiridas por treinamento, 3 ele até pode envolver em seu interior aspectos <strong>do</strong><br />

conhecer que, mas não pode ser reduzi<strong>do</strong> a ele porque o primeiro não é adquiri<strong>do</strong><br />

pelo conhecimento de conexões causais 4 . Concordamos com Dall‘Agnol que pode<br />

haver aspectos por assim dizer teóricos no saber como, mas disso, não se pode<br />

1 DALL‘AGNOL, D. Pratical Cognitivism. In.: ethic@. Florianópolis. v. 7, n. 2 , 2008. p. 326.<br />

2 Entre tais defensores, podemos citar Jason Stanley e Timothy Willianson que no artigo Knowing how<br />

(Journal of Philosophy, 98.8. 2001) defendem tal redução. Aqui é importante dizer que não nos<br />

ateremos de forma muita intensa a tal debate. Tomaremos como base o fato de que o saber como<br />

não pode ser reduzi<strong>do</strong> ao saber que, apesar de, as vezes, possuir alguns aspectos de saber que.<br />

3 Dall‘Agnol, ao fazer essa definição afirma também que se tomarmos conhecer como neste senti<strong>do</strong>,<br />

não teremos o problema de alguém nos dizer que o conhecer como é instintivo e que faz parte de<br />

animais e seres recém-nasci<strong>do</strong>s, por exemplo. Entendemos que essa definição é de suma<br />

importância para nossos objetivos posteriores, além de mostrar claramente as visões de Ryle.<br />

4 Cf. DALL‘AGNOL, D. Pratical Cognitivism. In.: ethic@, Florianopolis, v. 7, n. 2 , 2008, p. 331.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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