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Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

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ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

Elas tendem a fazê-las bem, i.e., corretamente ou de mo<strong>do</strong> eficiente ou com<br />

sucesso. Suas performances atingem certos padrões, ou satisfazem certos<br />

critérios. Mas isso não é tu<strong>do</strong>. [...] Ser inteligente não é meramente satisfazer<br />

critérios, mas aplicá-los. Regular ações e não meramente ser bem-regulada. A<br />

performance de uma pessoa é descrita como exata ou equivocada, se em suas<br />

operações ele é prontamente detectada e corretamente decorrida, repetida e<br />

improvisada sobre sucessos, aproveitan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s exemplos <strong>do</strong>s outros e assim<br />

por diante. 1<br />

Se o observarmos com atenção veremos que Ryle entende que o saber como<br />

possui critérios próprios de correção, internos à própria ação, ou seja, quan<strong>do</strong><br />

dizemos que alguém sabe como fazer determinada coisa, nós temos como perceber<br />

que ele está fazen<strong>do</strong> a atividade de forma correta ou não e isso é o que importa. No<br />

saber como, a linguagem está intimamente ligada ao fato de saber ou não seguir<br />

uma determinada regra.<br />

Ryle foca muito suas ideias no fato de que o saber como é fruto de treinamento, ou<br />

seja, uma pessoa que sabe como fazer determinada coisa não o sabe por acaso,<br />

mas aprendeu a fazê-lo desta forma, foi treinada para fazer isso. Tal treinamento é<br />

fruto da prática, ou seja, da repetição dentro de certos parâmetros. Assim, o saber<br />

como torna-se como que uma segunda natureza, ou seja, disposições adquiridas e<br />

que se tornam parte <strong>do</strong> sujeito que as possui 2 .<br />

Dall‘Agnol em seu artigo Pratical cognitivism mostra de forma clara essas ideias de<br />

Ryle ao afirmar que uma determinada pessoa que é treinada a fazer determinada<br />

atividade não o faz de forma mecânica, mas de forma critica. Ele usa o exemplo de<br />

uma pessoa que aprende a andar de bicicleta e depois de ter aprendi<strong>do</strong> é capaz de<br />

reformular algumas regras na própria atividade de andar de bicicleta. Assim, ele<br />

afirma que ―O conhecer como torna-se parte de sua segunda natureza, isto é,<br />

através da educação esta habilidade torna-se parte de seu ser. Ele desenvolve<br />

hábitos por constante treinamento, que não são somente repetições mecânicas, mas<br />

1 RYLE, G. The Concept of Mind. Lon<strong>do</strong>n: The Penguin Group. 1990, p. 29..<br />

2 RYLE, G. The Concept of Mind. Lon<strong>do</strong>n: The Penguin Group. 1990, p. 41-44.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

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