19.04.2013 Views

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

Anais - Fundação Araucária - Estado do Paraná

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ANAIS DO I CONGRESSO NACIONAL DE FILOSOFIA DA UNICENTRO<br />

I CONAFIL – 22 A 26/06/2009 – ISSN: 2175-3059<br />

mecanismo não pode pensar e, portanto, não pode ter intenção é já um início.<br />

Precisamente, a questão é que ―(...) a intenção está inserida na situação, nos<br />

hábitos humanos e nas instituições. Se não existisse a técnica de jogar xadrez, eu<br />

não poderia ter a intenção de jogar uma partida de xadrez.‖ (IF 337). Encontrar não<br />

mostra o que estávamos procuran<strong>do</strong>, nem a realização <strong>do</strong> desejo o que estávamos<br />

desejan<strong>do</strong>: ―(...) Os sintomas da expectativa não são a expressão dela.‖ (GF VII, 92)<br />

A expectativa, a intenção e o desejo não são esta<strong>do</strong>s mentais persistentes e<br />

incompletos que esperam sua concretização para ter realidade.<br />

Se o jovem Wittgenstein seguiu Schopenhauer na ideia de eliminar o ―desejo‖, já que<br />

este nos conduzia a contra-sensos lógicos e infelicidade na vida, isto se reverterá<br />

nos escritos posteriores. O querer será também uma experiência, a vontade também<br />

somente representação. O ―querer‖ perderá a sua aura ―mágica‖, aquela que havia<br />

ganho pelo fato de ser involuntário: ―(...) Não posso produzi-lo? –Como o quê? O<br />

que é que posso produzir? Com o que estou comparan<strong>do</strong> o querer quan<strong>do</strong> digo<br />

isto?‖ (IF 611)<br />

Quan<strong>do</strong> eu disse: ―isso significaria não considerar a intenção como um fenômeno‖,<br />

a intenção recordaria aqui a concepção schopenhaueriana da vontade. To<strong>do</strong><br />

fenômeno nos parece inerte em contraste com o pensamento vivo. (GF VII, 97).<br />

O querer é um fenômeno, e não somente um meio para a produção de um<br />

acontecimento, uma ponte para o fenômeno. O querer é um agir, como o falar, o<br />

caminhar ou o comer. Se levantarmos um braço é porque queremos (falamos de<br />

casos normais, sem coerção externa ou embriaguez por uso de alguma droga). Isto<br />

é, na gramática das ações voluntárias, querer e agir são sinônimos. O curioso é que<br />

no caso da ação bem sucedida não pensamos na intenção.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, da intenção constituída por práticas externas, é que podemos entrar<br />

numa leitura menos racionalista da política.<br />

I Congresso Nacional de Filosofia da UNICENTRO/PR – Guarapuava/PR<br />

II Colóquio Kant da Sociedade Kant Brasileira – Seção <strong>Paraná</strong> – SKB/PR<br />

Página2

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!