19.04.2013 Views

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

No capítulo seguinte, essas questões foram discutidas, partindo do que disseram os<br />

sujeitos <strong>de</strong>sta pesquisa sobre suas experiências <strong>de</strong> vida e sobre as <strong>aprendizagens</strong> retiradas<br />

<strong>de</strong>ssas experiências. Com isso, foi possível analisar em que medida os pressupostos que<br />

fundamentam esse paradigma ofereceram aos sujeitos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformarem suas<br />

experiências e seus saberes e os significados <strong>de</strong>ssas transformações em suas <strong>biografias</strong>.<br />

Eis, pois, o que consi<strong>de</strong>ramos nas análises das <strong>biografias</strong> das <strong>mulheres</strong> investigadas,<br />

tomando como referência o paradigma da biograficidad. A reflexão sobre esse paradigma é,<br />

na verda<strong>de</strong>, a mola-mestra<br />

<strong>de</strong>ste trabalho. Interessamo-nos pela averiguação das<br />

possibilida<strong>de</strong>s e dificulda<strong>de</strong>s que os sujeitos <strong>de</strong> nossa pesquisa tiveram <strong>de</strong> materializar essa<br />

proposta em suas vidas, analisando se o curso que lhes <strong>de</strong>ram tem a ver com as <strong>aprendizagens</strong><br />

biográficas adquiridas, tal como elas são entendidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse paradigma, ou seja, sem<br />

abandonar nem os aspectos da socialização nem os da individualização.<br />

Confiar nesse paradigma, que se abre a todos os espaços formais, não-formais e<br />

informais <strong>de</strong> aprendizagem, po<strong>de</strong> ser um dos caminhos viáveis para a busca <strong>de</strong> soluções para<br />

os entraves da política e da prática educativa e <strong>de</strong> alternativas reais que visem à autonomia<br />

dos sujeitos frente aos <strong>de</strong>safios da contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

Na sequência <strong>de</strong>ste capítulo, aprofundamo-nos na discussão a respeito <strong>de</strong>ssa<br />

perspectiva biográfica. Apresentamos os seus fundamentos, situando-a no campo da<br />

sociologia da educação, e i<strong>de</strong>ntificando, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua proposta, elementos <strong>de</strong> discussão que<br />

servem para a análise posterior das <strong>biografias</strong> <strong>de</strong> aprendizagem das <strong>mulheres</strong> - sujeitos da<br />

pesquisa.<br />

2.1.1 Biograficidad: fundamentos e propostas sugeridas para a formação <strong>de</strong> um novo<br />

sujeito, construtor ativo <strong>de</strong> sua realida<strong>de</strong><br />

Por que adotamos o paradigma da biograficidad na análise dos fenômenos ocorridos<br />

na trajetória <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> prisioneiras? Não é esse um paradigma que, por consi<strong>de</strong>rar<br />

[...] a i<strong>de</strong>ia do caráter obstinadamente subjetivo da assimilação das ofertas <strong>de</strong><br />

aprendizagem<br />

(ALHEIT e DAUSIEN, 2007) responsabiliza unicamente os sujeitos pelos<br />

seus sucessos ou fracassos? Não se trata também <strong>de</strong> um paradigma limitado, por dar<br />

relevância às experiências subjetivas em <strong>de</strong>trimento das experiências coletivas, vividas no<br />

engajamento social com aqueles que fazem parte do mesmo grupo? Tais perguntas,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tom com que são formuladas, po<strong>de</strong>m evi<strong>de</strong>nciar um entendimento limitado do

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!