biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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Beck (1997), Gid<strong>de</strong>ns (1997) e Touraine (1998), entre outros que advogam essa<br />
corrente, alertam que a i<strong>de</strong>ia do sujeito pessoal , no centro da reflexão e das ações sociais,<br />
políticas e metodológicas, configura-se como uma proposta alternativa, que procura respostas<br />
para os complexos problemas que surgiram com a globalização. Eles enten<strong>de</strong>m como valiosa,<br />
por exemplo, a contribuição oferecida por esse ensaio paradigmático (a individualização) ao<br />
sistema educativo, uma vez que, a partir <strong>de</strong>le, incentivou-se (o sistema educacional, os<br />
educadores etc) a busca por diferentes estratégias <strong>de</strong> enfrentamento da realida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>spertado um atendimento mais efetivo das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> seus<br />
educandos. Necessida<strong>de</strong>s [...] que mudaram e para as quais nem sempre estamos<br />
respon<strong>de</strong>ndo a<strong>de</strong>quadamente (GADOTTI, 2001, p.139).<br />
Vale registrar que essas i<strong>de</strong>ias estão baseadas na compreensão da existência <strong>de</strong> uma<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco . É nessa socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira mais incisiva, que se <strong>de</strong>ve impulsionar o<br />
fortalecimento dos indivíduos no contexto social. Essas i<strong>de</strong>ias são consi<strong>de</strong>radas as principais<br />
responsáveis pelo surgimento do paradigma da individualização, entendido como alternativa<br />
emergente e indispensável pelos principais teóricos <strong>de</strong>ssa corrente.<br />
Beck (1992, p. 127), apud Prina (2005, p. 52), conceitua a individualização como<br />
[...] certos aspectos subjetivos biográficos do processo <strong>de</strong> civilização.<br />
[Uma espécie <strong>de</strong>] liberação dos indivíduos das formas sociais tradicionais,<br />
<strong>de</strong>correntes da socieda<strong>de</strong> industrial, [...], como [...] classes, estratos, família,<br />
o status do gênero <strong>de</strong> homens e <strong>mulheres</strong> [...].<br />
Sob esse prisma, a individualização, obe<strong>de</strong>cendo a uma [..] <br />
que es el producto <strong>de</strong> la estructura biográfica particular <strong>de</strong> la experiencia adquirida ,<br />
contribui para que os sujeitos se abram para novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aprendizagens</strong>.<br />
Partindo das premissas dos ensaios paradigmáticos anteriores (socialização e<br />
individualização) e, ao perceber que, em ambos, existia um campo <strong>de</strong> limites e possibilida<strong>de</strong>s,<br />
Alheit e Dausien (2007) propuseram uma terceira via paradigmática, que chamaram <strong>de</strong><br />
biograficidad. De acordo com Diniz (2007, p.65), o que distingue essa concepção teórica das<br />
anteriores é a combinação <strong>de</strong> aspectos, como estrutura e ação, sujeito e objeto, socieda<strong>de</strong> e<br />
indivíduo, num mesmo plano <strong>de</strong> análise do mundo social on<strong>de</strong> se constroem as <strong>biografias</strong>. Há,<br />
portanto, uma relação analítica entre biografia e socieda<strong>de</strong>, o que implica a <strong>de</strong>pendência<br />
recíproca dos paradigmas anteriores (ALHEIT e DAUSIEN, 2007, apud DINIZ, 2007).