biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

pelas ideias marxistas, esse paradigma foi, em grande parte, responsável por fazer com que os
adultos passassem a ser mais reconhecidos, tanto socialmente quanto academicamente, ou
seja, por aqueles que faziam e discutiam a educação desse período.
Aliado a esse reconhecimento, tendo em vista a contribuição do adulto no processo de
desenvolvimento da sociedade, buscava-se superar o conceito de aprendizagem vinculado
estritamente a uma perspectiva psicopedagógica, sustentada por teorias do desenvolvimento
cognitivo, e que abarcava, de maneira prioritária, crianças e adolescentes. Avançou-se,
portanto, no sentido de conceber a educação como vinculada à práxis, atrelada às práticas de
participação política dos sujeitos: uma forma de aprender com e na luta. Notamos que muito
se fez no campo educativo durante esse período, uma vez que se deu início a uma nova
epistemologia baseada no profundo respeito pelo senso comum que trazem os setores
populares em sua prática cotidiana [...] (GADOTTI, 2001, 112).
Convém enfatizar que, com o fortalecimento do processo de globalização, que
provocou profundas mudanças nos modos como os sujeitos se socializam, principalmente
com a expansão dos meios de comunicação de massa e das novas tecnologias, passou-se a
considerar necessário rediscutir o campo teórico e prático do paradigma da socialização na
América Latina, especialmente no campo empírico. Alheit e Dausien (2007, p.121) justificam
essa necessidade porque entendem que
El concepto marco de socialización no caracteriza ningún objeto concebible
empiricamente, sino más bien uma perspectiva sumamente abstracta, bajo la
que puede ser considerada casi cualquier cosa. De ello resulta, por outra
parte, uma relativa popularidad com respecto a los métodos y lãs
metodologias de investigación aplicadas.
Nos anos 1990, essa forma abstrata da socialização provocou o questionamento sobre
a dignidade teórica do conceito, pois o modificado contexto social exigia modelos alternativos
de convivência e de ação social e, consequentemente, novas interpretações para esses novos
modelos. Era preciso, como referem Alheit e Dausien (2007, p.121), [...] captar
teoricamente aquella o la em uma perspectiva de proceso , se se quisessem investigar,
qualitativamente, as aprendizagens ao longo da vida e os processos biográficos pelos quais as
pessoas se socializam. Ao que parece, isso não estava ocorrendo, ou seja, a dimensão da