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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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se socialmente, na busca pelos seus interesses pessoais e coletivos, e <strong>de</strong> uma forma livre <strong>de</strong><br />

toda coação externa e interna (GONÇALVES, 1999).<br />

Nessa perspectiva, verifica-se certa convergência entre as i<strong>de</strong>ias habermasianas (1981)<br />

e as <strong>de</strong> Touraine (1998), que também não acredita em uma socieda<strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rna e, por isso,<br />

utiliza-se <strong>de</strong> outro termo para justificar a sua interpretação, que chamou <strong>de</strong> <strong>de</strong>smo<strong>de</strong>rnização.<br />

O que caracteriza essa mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, segundo ele, é o projeto <strong>de</strong> vida pessoal<br />

sujeito (TOURAINE, 1998, p.23), compreendido como<br />

<strong>de</strong> cada<br />

[...] o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> que sua existência não se reduza a uma<br />

experiência caleidoscópica, a um conjunto <strong>de</strong>scontínuo <strong>de</strong> respostas às<br />

estimulações do meio ambiente social. Esse projeto é um esforço para<br />

resistir à divisão da personalida<strong>de</strong> e para mobilizar uma experiência e uma<br />

cultura em ativida<strong>de</strong>s técnicas e econômicas, <strong>de</strong> maneira que uma série <strong>de</strong><br />

situações vividas forme uma história <strong>de</strong> vida individual e não um conjunto<br />

incoerente <strong>de</strong> acontecimentos.<br />

Concebida <strong>de</strong>ssa maneira, a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> implica aos sujeitos a responsabilização<br />

pelos eventos ocorridos no processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> suas <strong>biografias</strong>. Vale registrar que não<br />

se trata <strong>de</strong> uma responsabilização efetivada no isolamento, mas na convivência com os<br />

diferentes, nas relações estabelecidas com outros indivíduos, através <strong>de</strong> um engajamento<br />

social que torna possível a resistência à lógica dominadora dos sistemas e à reafirmação dos<br />

particularismos e do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> (TOURAINE, 1998).<br />

Beck (1997) e Gid<strong>de</strong>ns (1997), os principais <strong>de</strong>fensores da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> reflexivida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> reflexiva, acreditam no fato <strong>de</strong> que os sujeitos que compõem a socieda<strong>de</strong> são<br />

capazes <strong>de</strong> analisar os seus próprios potenciais engendrados e as suas ameaças crescentes.<br />

Esses são, portanto, os pressupostos essenciais sob os quais as reflexões <strong>de</strong>ste capítulo<br />

- que trata <strong>de</strong> três paradigmas mo<strong>de</strong>rnos - se <strong>de</strong>senvolvem. A i<strong>de</strong>ia é <strong>de</strong> que melhor se<br />

compreendam as estratégias que eles utilizam nos campos teórico e metodológico para que as<br />

socieda<strong>de</strong>s e os sujeitos, em particular, enfrentem os <strong>de</strong>safios provocados pelas<br />

transformações ocorridas nessa segunda fase da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, repleta <strong>de</strong> modificações em<br />

relação à primeira, e se abram a novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emancipação.

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