biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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Numa primeira aproximação sobre o assunto, Gid<strong>de</strong>ns (1991) situa a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> em<br />
um espaço-tempo histórico e a conceitua como um [...] estilo, costume <strong>de</strong> vida ou<br />
organização social que emergiram na Europa, a partir do Século XVII, e que ulteriormente se<br />
tornaram mais ou menos mundiais em sua influência . Aprofundando as reflexões a esse<br />
respeito, ele <strong>de</strong>staca, como principal característica da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, o seu dinamismo, uma<br />
vez que, além <strong>de</strong> favorecer o encurtamento <strong>de</strong> distâncias, promove o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencaixe, entendidos como <strong>de</strong>slocamentos das relações sociais <strong>de</strong><br />
contextos locais <strong>de</strong> interação [...] (GIDDENS, 1991, p.29) e, ainda, a apropriação reflexiva<br />
do conhecimento, cuja produção ela integra com a reprodução do sistema.<br />
Nessa mesma direção, Beck (1992, 1997) analisa a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> com base nos estudos<br />
que realizou sobre os fenômenos sociais que lhes são <strong>de</strong>rivados e concluiu que a socieda<strong>de</strong><br />
contemporânea está em uma nova configuração, que o fez <strong>de</strong>nominá-la <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
risco.<br />
[...] comandada pela incerteza e, sobretudo, pelos riscos com fraca<br />
probabilida<strong>de</strong>, mas com possíveis efeitos consi<strong>de</strong>ráveis, como uma explosão<br />
nuclear, a transformação notável das condições atmosféricas ou a difusão <strong>de</strong><br />
epi<strong>de</strong>mias sem remédio conhecido. (TOURAINE, 1998, p.22).<br />
Essa socieda<strong>de</strong> seria proveniente <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> que está impulsionando a<br />
reflexão dos sujeitos e das próprias instituições mo<strong>de</strong>rnas sobre as ameaças e os riscos que<br />
lhes são circundantes, geradas, a princípio, pela revolução industrial e, posteriormente, pelo<br />
avanço da tecnologia.<br />
Nessa mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, o sujeito é aquele que, refletindo sobre as ameaças e as incertezas<br />
provocadas pela socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> risco, é levado a renunciar à rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e às atitu<strong>de</strong>s e aos<br />
comportamentos baseados em sistemas <strong>de</strong> valores e <strong>de</strong> conduta tradicionais.<br />
Habermas (1981), <strong>de</strong>sse mesmo lado, segue uma lógica parecida, ao apresentar sua<br />
interpretação acerca das socieda<strong>de</strong>s contemporâneas. Destarte, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> como<br />
um projeto inacabado<br />
e sugere que <strong>de</strong>veríamos apren<strong>de</strong>r com os <strong>de</strong>sacertos que<br />
acompanham o [seu] projeto (ARANTES, 1992). Nesse processo <strong>de</strong> aprendizagem, estaria a<br />
ação comunicativa que, para ele, trata-se <strong>de</strong> uma alternativa emergente frente aos <strong>de</strong>safios<br />
colocados pela radicalização da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Supõe que, através <strong>de</strong>ssa ação, as pessoas,<br />
utilizando-se <strong>de</strong>mocraticamente da linguagem para interagir com outras, passam a organizar-