biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A literatura sobre o assunto revela a existência <strong>de</strong> um imenso paradoxo no que diz<br />
respeito ao termo mo<strong>de</strong>rno<br />
e, além disso, a existência <strong>de</strong> algumas ambiguida<strong>de</strong>s. Um<br />
exemplo disso é o lugar que a expressão mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> ocupa hoje no imaginário social, que<br />
muito se difere do que ela realmente é, ou <strong>de</strong> como seus analistas a <strong>de</strong>signam, produzindo,<br />
com isso, uma verda<strong>de</strong>ira confusão <strong>de</strong> interpretações. Muitos, na tentativa <strong>de</strong> caracterizá-la,<br />
acabam por confundi-la com o mo<strong>de</strong>rnismo que, na verda<strong>de</strong>, refere-se à sua [...]<br />
representação artística (EVANGELISTA, 2007, p.54), num movimento contraditório <strong>de</strong><br />
temor e <strong>de</strong> exaltação.<br />
A existência <strong>de</strong> paradoxos e <strong>de</strong> ambiguida<strong>de</strong>s no discurso da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se à<br />
interpretação <strong>de</strong> alguns cientistas contemporâneos acerca da sua exaustão e da sua crise<br />
provocada principalmente, pelo avanço radical das ciências e da tecnologia nas últimas três<br />
décadas. Os efeitos <strong>de</strong>sse avanço provocaram, nas socieda<strong>de</strong>s pós-industriais do Século XX, o<br />
que John Field (2000, p.35), apud ALHEIT e DAUSIEN (2007, p.16), chamou <strong>de</strong> explosão<br />
silenciosa , que tem a ver com<br />
[ ] (a) la transformación <strong>de</strong> la significación <strong>de</strong>l «trabajo», (b) las<br />
modificaciones acaecidas en la función <strong>de</strong>l «saber», (c) la experiencia <strong>de</strong> las<br />
disfunciones crecientes <strong>de</strong> las instituciones <strong>de</strong> formación y (d) los <strong>de</strong>safíos<br />
dirigidos a los propios actores sociales, que términos como<br />
«individualización», «mo<strong>de</strong>rnización reflexiva» (BECK, 1986; BECK,<br />
GIDDENS & LASH, 1996; GIDDENS, 1990, apud, ALHEIT E DAUSIEN, P.<br />
2007, P.16) son suficientes por ahora para indicar.<br />
Outros cientistas, mais cuidadosos na análise <strong>de</strong>ssa questão da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, alegam<br />
que a hipótese da falência dos pressupostos e fundamentos filosóficos da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />
necessita ser mais bem analisada, antes <strong>de</strong> se alvitrar um novo paradigma, como o pós-<br />
mo<strong>de</strong>rno, por exemplo. Segundo eles, há que se observar em que medida tais pressupostos e<br />
fundamentos se encontram transformados ou alterados no cenário atual.<br />
Nessa guerra <strong>de</strong> posições, ainda não há vencedores, o que existe, na verda<strong>de</strong>, são<br />
tentativas diversas <strong>de</strong> interpretação sobre a realida<strong>de</strong> na qual estamos imersos. Sociólogos<br />
contemporâneos, como Habermas (1981), Gid<strong>de</strong>ns (1997), Touraine (1998), Beck (1992 e<br />
1997), por exemplo, têm nos uxiliado a compreen<strong>de</strong>r a questão, quando <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m, para o<br />
momento atual, não o fim da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, nem uma pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, mas a sua<br />
reflexivida<strong>de</strong> ou radicalida<strong>de</strong>.