biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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CAPÍTULO II: MODERNIDADE CONTEMPORÂNEA, BIOGRAFICIDADES E<br />
INTERPRETAÇÕES EDUCACIONAIS E DE APRENDIZAGENS<br />
Na primeira parte <strong>de</strong>ste capítulo, comentaremos sobre o enfoque <strong>de</strong> dois paradigmas<br />
sociológicoeducacionais da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> (socialização individualização), que tratam das<br />
ações dos sujeitos e dos sistemas educativos/formativos e/ou <strong>de</strong> <strong>aprendizagens</strong> na socieda<strong>de</strong><br />
contemporânea. Esses dois paradigmas <strong>de</strong>spertaram em Alheit e em Dausien (2007) a busca<br />
<strong>de</strong> uma terceira via paradigmática, que eles <strong>de</strong>nominaram <strong>de</strong> teoria biográfica da formação na<br />
contemporaneida<strong>de</strong> ou biograficidad, e que adotamos como referência principal neste estudo.<br />
Essa terceira via, <strong>de</strong> acordo com esses autores, é mediada por conteúdos <strong>de</strong>sses dois<br />
paradigmas: o da socialização e o da individualização, estabelecendo uma <strong>de</strong>pendência<br />
recíproca, porém avançando. Na teoria da biograficidad, é adotada uma sistemática <strong>de</strong> análise<br />
dos fenômenos sociais, através das diferentes maneiras como as pessoas constroem as<br />
<strong>biografias</strong> na contemporaneida<strong>de</strong>, ou seja, estabelecendo uma relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência tanto da<br />
orientação <strong>de</strong> um sistema social (embora não siga somente as suas <strong>de</strong>mandas) quanto das<br />
próprias <strong>de</strong>cisões individuais que, por vezes, divergem do que tal sistema <strong>de</strong>libera ou resistem<br />
a ele.<br />
A elaboração <strong>de</strong>ssa terceira via paradigmática 19 exigiu <strong>de</strong> seus autores uma revisão do<br />
conceito <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> para melhor explicitar os seus pressupostos e a sua i<strong>de</strong>ologia. O<br />
objetivo <strong>de</strong>ssa revisão foi apresentar os limites das interpretações oferecidas sobre esse<br />
conceito, ao longo do tempo, nesta nova fase da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, e favorecer uma nova<br />
compreensão em que ela (a socieda<strong>de</strong>) passa a ser vista como capaz <strong>de</strong> agir e reagir frente às<br />
<strong>de</strong>terminações políticas e econômicas, das quais não estão isentas (ALHEIT E DAUSIEN,<br />
2007).<br />
Assim, o confronto e o consenso das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> alguns teóricos e/ou filósofos<br />
(SHUMPETER, FERGUSON, HEGEL, MARX, ENGELS, GRAMSCI, apud,<br />
HERNÀNDEZ, 2007) sobre essa questão foram fundamentais para que Alheit e Dausien<br />
(2007) concluíssem que só uma teoria/um paradigma biográfica/o po<strong>de</strong>ria dar conta da<br />
interpretação dos fenômenos ocorridos na atual socieda<strong>de</strong>, marcados por riscos<br />
<strong>de</strong>scivilizatórios, e que passam a exigir dos sujeitos a transformação em atores sociais (e não,<br />
meros expectadores), por meio <strong>de</strong> uma participação mais ativa nas diversas esferas da vida,<br />
sejam elas sociais ou privadas.<br />
19 Os fundamentos <strong>de</strong>ssa terceira via se encontram na segunda parte <strong>de</strong>sse capítulo.