biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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velhas, e por falta <strong>de</strong> opção e <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprego formal, por causa da ida<strong>de</strong>, só lhes<br />
resta aceitar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> tais funções.<br />
Isso não impediu, no entanto, <strong>de</strong> se envolverem em ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>lituosas, já que, em<br />
alguns casos, são elas as que acabam servindo <strong>de</strong> mulas para seus companheiro ou parentes,<br />
para guardarem drogas em suas casas. Noutros casos, são elas as que mais se envolvem com<br />
<strong>de</strong>lidos ligados a homicídio ou tentativas <strong>de</strong> homicídio, quase sempre motivadas pele<br />
violência doméstica sofrida.<br />
Outra ativida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>stacou, entre as <strong>encarceradas</strong> <strong>de</strong> nossa amostragem, foi a <strong>de</strong><br />
agricultora, que representou 12,50 % do total. De acordo com Lombardi, Bruschini e<br />
Unbehaum (2006, p.78),<br />
A ocupação na área rural segue padrões diferentes dos adotados nas cida<strong>de</strong>s.<br />
O índice <strong>de</strong> empregados com carteira assinada rondava os 30% em 1999 e o<br />
restante dos ocupados trabalhava <strong>de</strong> forma autônoma, utilizando a mão-<strong>de</strong>obra<br />
familiar, produzindo para sua subsistência, sem relação empregatícia.<br />
Para essas <strong>mulheres</strong> (agricultoras), as tarefas <strong>de</strong>senvolvidas se divi<strong>de</strong>m entre as<br />
agrícolas, o trato dos animais <strong>de</strong> pequeno porte para consumo da família e os afazeres<br />
domésticos. Igualmente às donas <strong>de</strong> casa localizadas na zona urbana, essas <strong>mulheres</strong>, segundo<br />
as autoras acima, também não são reconhecidas nas ativida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvem. Mesmo<br />
assim, parece-nos um <strong>de</strong>safio compreen<strong>de</strong>r suas ligações com o mundo do crime, porque os<br />
problemas da zona urbana parecem predispor mais as pessoas às zonas da marginalida<strong>de</strong> e,<br />
por consequência, da criminalida<strong>de</strong>. As <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s com índices significativos no<br />
gráfico foramas <strong>de</strong>: ven<strong>de</strong>dora (8,33 %) e cozinheira (6,25%). As <strong>de</strong>mais profissões oscilaram<br />
entre 4,17% e 2,08%.<br />
De modo geral, os dados apresentados sobre esse aspecto (o trabalho) permitem-nos<br />
afirmar que as <strong>encarceradas</strong> <strong>de</strong> nosso estudo estão enquadradas entre aquelas para as quais<br />
foram reservadas as condições <strong>de</strong> trabalho menos favoráveis no mercado, e que esse fator,<br />
associado a outros (escolarida<strong>de</strong>, número <strong>de</strong> filhos, ida<strong>de</strong> etc.), po<strong>de</strong> ser indicativo das suas<br />
ligações com as ações <strong>de</strong>lituosas que cometeram. Para tal conclusão, essa associação<br />
precisaria ser analisada. Na sequência, apresentamos os dados que indicaram os contextos <strong>de</strong><br />
nascimento das <strong>encarceradas</strong> <strong>de</strong>ssa amostragem. Eles apontam que gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssas