biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

sequer contato, devido aos seus encarceramentos e, consequentemente, à situação de
abandono na qual se encontravam. Esse talvez seja um dos motivos que levam quase todas
elas a se dizerem solteiras.
Considerando esse fato e a sua adequação ao que desconfiamos ser a realidade,
estariam as amasiadas sobre-representadas entre as encarceradas de nossa amostragem. Mas o
que isso nos aponta? Que significado tem o amasio, na sociedade brasileira, na nordestina e,
mais especificamente, na paraibana? Quem são as pessoas dessa sociedade que optam
amasio em detrimento do casamento civil? Em que contexto vive a maioria dessas pessoas? E
de que faixas etárias elas são? Qual a faixa do número de filhos desses tipos de casal? Pode
haver algum tipo de relação entre o amasio e a situação de marginalidade? Não temos
respostas para esses questionamentos, mas acreditamos que, através delas, a interpretação
desse aspecto na vida das encarceradas seria mais possibilitada.
As informações sobre o estado civil, quando fornecidas, revelaram ainda outra
particularidade da vida dessas mulheres: o número de filhos. O gráfico abaixo revela a média
de filhos que a maioria delas tinha.
Gráfico 4 Número de encarceradas por número de filhos
Nº de Encarceradas
0
3
Número de Encarceradas por Número de Filhos
1
10
2
19
3
4
4
3
5
1
7
2
Nº de Filhos
8
1 1 1 1
9
10
1ª Gestação
2
Não Informado
Observa-se que a maior parte das encarceradas (um total de 29 de nossa amostragem)
tem de um a dois filhos. Dessas, 10 têm apenas um filho, e 19, dois. As que têm mais de dois
filhos somaram treze mulheres, e apenas três, do total da amostragem, disseram que não têm
filhos.
pelo