biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...
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Número <strong>de</strong> <strong>encarceradas</strong> por nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong><br />
Escolarida<strong>de</strong> nº %<br />
Analfabeta 1 2,08<br />
Ensino Fundamental (1º Segmento) incompleto 13 27,08<br />
Ensino Fundamental (2º Segmento) completo 2 4,17<br />
Ensino Fundamental (2º Segmento) incompleto 21 43,75<br />
Ensino Médio completo 3 6,25<br />
Ensino Médio incompleto 5 10,42<br />
Ensino Superior incompleto 1 2,08<br />
Nunca estudou (Analfabeta) 1 2,08<br />
Nunca estudou, mas sabe ler e escrever 1 2,08<br />
Total 48 100,00<br />
Através do gráfico e da tabela acima, observa-se que o maior percentual das<br />
<strong>encarceradas</strong> está para as que ainda não concluíram o 1º e o 2º segmentos do Ensino<br />
Fundamental (70,83%). Isso revela a dificulda<strong>de</strong> das <strong>mulheres</strong>, na socieda<strong>de</strong> contemporânea,<br />
<strong>de</strong> continuarem os seus estudos <strong>de</strong>vido às experiências específicas do gênero que vivenciam<br />
(casamento, nascimento <strong>de</strong> um filho, mudança da cida<strong>de</strong> do emprego do esposo etc.), as quais<br />
provocam a marca da <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> em suas <strong>biografias</strong>.<br />
O resultado também revela a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores iniciativas por parte dos órgãos<br />
do governo, no sentido <strong>de</strong> lhes garantir a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concluírem esses e outros níveis <strong>de</strong><br />
escolarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> continuarem apren<strong>de</strong>ndo ao longo da vida. Nesse sentido, concordamos com<br />
Julião (2006), quando afirma que a educação (embora não sozinha) po<strong>de</strong> assumir papel <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque na ressocialização dos/as encarcerados/as, pois,<br />
[...] além dos benefícios da instrução escolar e <strong>de</strong> formação social, o preso<br />
po<strong>de</strong> vir a participar <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> modificação <strong>de</strong> sua visão <strong>de</strong> mundo,<br />
contribuindo para a formação <strong>de</strong> senso crítico, melhorando o seu<br />
comportamento na vida carcerária (JULIÃO, 2006, p.74).<br />
Esse papel <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque que a educação oferece à vida dos/as <strong>encarceradas</strong>o/as, no que<br />
tange à ressocialização, já foi há muito tempo <strong>de</strong>fendido por Foucault (1987). Para ele, a<br />
ausência <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> mecanismo [...], que o Estado tem por obrigação <strong>de</strong> conce<strong>de</strong>r aos<br />
indivíduos encarcerados, resulta nos altos índices <strong>de</strong> reincidências ameaçando cada vez mais a<br />
socieda<strong>de</strong> (FOUCAULT, 1987, p. 224).<br />
As <strong>de</strong>mais informações que o gráfico apresenta mostram pouca representação das<br />
analfabetas (ou que nunca estudaram) (6,4%) e das que têm mais anos <strong>de</strong> estudo (que