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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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dificulda<strong>de</strong> que as <strong>mulheres</strong> têm para conseguir a<strong>de</strong>ntrar no mercado <strong>de</strong> trabalho formal por<br />

diversos motivos, que são associados à problemática da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero.<br />

Quanto à escolarida<strong>de</strong><br />

No que concerne à escolarida<strong>de</strong>, foi observado que apenas 15,6% eram analfabetas.<br />

Em compensação, cerca <strong>de</strong> 51,6% do total <strong>de</strong> <strong>encarceradas</strong> registradas não tinha sequer o<br />

ensino fundamental completo. Em seu conjunto, 5,5% tinham o Ensino Fundamental<br />

completo, 4,6%, o Ensino médio completo e/ou incompleto, e apenas 4,7% cursaram ou<br />

estavam cursando o Ensino Superior (0,8% incompleto e 3,9% completo). Constatamos que o<br />

nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> das presidiárias <strong>de</strong> João Pessoa era muito baixo.<br />

Os dados também revelaram que a maioria, embora tenha tido acesso à escola, e até<br />

chegado a frequentá-la por alguns anos, não permaneceu. Até aqui, a nossa hipótese é a <strong>de</strong><br />

que isso tenha a ver com as já conhecidas justificativas da evasão, especialmente quando se<br />

trata <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong>, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> os pais não permitirem que elas frequentem a escola; às<br />

obrigações domésticas; ao tradicional medo dos pais <strong>de</strong> que as suas filhas se<br />

<strong>de</strong>sencaminhem ; à falta <strong>de</strong> condições financeiras para estudar (sem material didático, roupa,<br />

sandália, etc.); à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar para ajudar na renda familiar; entre outros motivos.<br />

Essa realida<strong>de</strong> nos remete às discussões sobre analfabetismo funcional, uma vez que<br />

a maioria não tinha completado sequer o ensino fundamental. Ressalte-se que o analfabetismo<br />

funcional é um conceito que vem sendo muito discutido entre os estudiosos no assunto, visto<br />

que uma pessoa é consi<strong>de</strong>rada analfabeta funcional se não tiver concluído, pelo menos, quatro<br />

anos <strong>de</strong> estudo 17 .<br />

Do exposto, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar, resumidamente, que esse levantamento serviu como<br />

ponto <strong>de</strong> partida para a reflexão e o aprofundamento do objeto <strong>de</strong> investigação e do seu<br />

caminho teórico-metodológico. Também foi por meio <strong>de</strong>le que <strong>de</strong>spertamos o interesse por<br />

realizar um levantamento sobre o perfil das <strong>encarceradas</strong> <strong>de</strong> forma mais direta, com<br />

informações fornecidas por elas próprias. Isso resultou na aplicação <strong>de</strong> outro instrumento <strong>de</strong><br />

17 Os estudiosos no assunto, em sua maioria, discordam das pesquisas encomendadas pelo governo, como as do<br />

IBGE e do PNAD, as quais divulgam os números da ocorrência <strong>de</strong>sse fenômeno entre os brasileiros pelo critério<br />

<strong>de</strong> anos <strong>de</strong> escolarização. Para eles, ao se consi<strong>de</strong>rar esse critério, não se leva em consi<strong>de</strong>ração as possibilida<strong>de</strong>s<br />

e competências reais que os adultos adquirem nesse período para fazer uso da leitura e da escrita, frente às<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> seu contexto social, usando essas habilida<strong>de</strong>s para continuar apren<strong>de</strong>ndo e se <strong>de</strong>senvolvendo ao<br />

longo da vida (SOARES, 1995).

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