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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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nesse aspecto, diferenças significativas entre as pardas e as negras, ao contrário das brancas,<br />

que tiveram o menor percentual. Isso revela que as <strong>mulheres</strong> negras (pardas e pretas), assim<br />

como as mais jovens, estão sobre-representadas no sistema carcerário feminino <strong>de</strong> João<br />

Pessoa. Essa constatação provavelmente tem relação com a discriminação racial e a violência,<br />

sofridas historicamente pelas <strong>mulheres</strong> negras. Geralmente, são elas as mais expostas à<br />

miséria, à pobreza, à violência, ao analfabetismo, à precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento nos serviços<br />

assistenciais, educacionais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Quanto ao estado civil<br />

No que tange ao estado civil, os dados revelaram que a maioria das <strong>mulheres</strong> (77, 3%)<br />

é solteira. As casadas, divorciadas e amigadas somaram, 22,7%. No entanto, é importante<br />

registrar que a análise <strong>de</strong>ssa informação merece cautela já que, segundo Félix (1996), o estado<br />

civil registrado em tais prontuários nem sempre é o verídico. Mesmo assim, a quantida<strong>de</strong><br />

majoritária <strong>de</strong> <strong>encarceradas</strong> solteiras nos possibilitou que fizéssemos os seguintes<br />

questionamnetos: Que tipo <strong>de</strong> crime é o mais cometido? Esse tipo <strong>de</strong> crime é numericamente<br />

equivalente ou varia entre as solteiras? Existem diferenças numéricas entre os tipos <strong>de</strong> crimes<br />

que elas cometem e os cometidos pelas casadas? Quem são (ou foram) as pessoas <strong>de</strong><br />

referência na vida <strong>de</strong>ssas <strong>mulheres</strong> (as solteiras)? Que experiências, positivas ou negativas,<br />

marcaram as suas vidas? Que sonhos não foram concretizados? Quais as <strong>aprendizagens</strong> que<br />

elas consi<strong>de</strong>ram significativas, mas não foram asseguradas?<br />

As repostas para essas perguntas talvez ajudassem a enten<strong>de</strong>r melhor os motivos pelos<br />

quais essas <strong>mulheres</strong> acabaram se envolvendo em práticas criminosas. Como hipótese,<br />

recorremos a Cavalcanti (2004, p.190), quando afirma que o perfil <strong>de</strong>las<br />

[...] é fruto <strong>de</strong> um cenário marcado pela violência (doméstica inclusive) e/ou<br />

<strong>de</strong> experiências conflituosas e <strong>de</strong> lares <strong>de</strong>sfeitos. Sem dúvida, esse é um fato<br />

que indica a saída precoce do convívio familiar para ganhar as ruas, on<strong>de</strong><br />

passará a lutar pela sobrevivência e a conviver com as condições impostas<br />

pela <strong>de</strong>sagregação social e dificulda<strong>de</strong>s econômicas. A configuração <strong>de</strong><br />

abandono do lar e o acesso às ruas acabam por possibilitar a <strong>de</strong>scoberta e o<br />

envolvimento com drogas ilícitas e a contração <strong>de</strong> doenças sexualmente<br />

transmissíveis [...].

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