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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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Por termos como sujeitos <strong>de</strong> nossa pesquisa as <strong>mulheres</strong> <strong>encarceradas</strong>, aproveitamos<br />

os dados daquele levantamento, especialmente os do presídio feminino, para dar início aos<br />

nossos procedimentos metodológicos no campo empírico. A ida<strong>de</strong>, a cor, o estado civil, a<br />

naturalida<strong>de</strong>, a ocupação anterior e a escolarida<strong>de</strong> das <strong>encarceradas</strong> foram os aspectos<br />

i<strong>de</strong>ntificados nesse levantamento. Ainda que limitadamente, esses dados permitiram traçar o<br />

perfil da mulher presidiária da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> João Pessoa.<br />

Quanto à faixa etária<br />

De 128 presidiárias que compuseram o levantamento indicado, cerca <strong>de</strong> 45% <strong>de</strong>las<br />

tinha entre 18 e 29 anos, seguindo-se das pertencentes às faixas entre 30 e 45 anos (31%).<br />

Somente cerca <strong>de</strong> 12% tinha entre 46 e mais <strong>de</strong> 60 anos. O fato <strong>de</strong> a maioria ser jovem<br />

<strong>de</strong>monstra uma relação com a ida<strong>de</strong> ativa da mulher, período em que se encontra em ativida<strong>de</strong><br />

social dinâmica. Ao mesmo tempo, é uma fase em que estão mais propensas a situações <strong>de</strong><br />

risco ligadas ao alcoolismo, a drogas, à violência etc.<br />

Ressalte-se que pensar a relação juventu<strong>de</strong> e criminalida<strong>de</strong> não é tarefa das mais<br />

difíceis, uma vez que, na contemporaneida<strong>de</strong>, os conflitos e a <strong>de</strong>sesperança vivenciados pelos<br />

jovens e, <strong>de</strong> modo especial, <strong>mulheres</strong>, são elementos propiciadores da sua condução para o<br />

mundo do crime.<br />

O documento da UNESCO (2000), por exemplo, elaborado na V CONFINTEA,<br />

apresenta um avanço nessa discussão. A V área temática, intitulada: EDUCACION E<br />

JOVENES: un reto permanente en nuevos <strong>de</strong>safios , reconheceu o jovem como um ator social<br />

que <strong>de</strong>ve ser reconhecido em suas particularida<strong>de</strong>s, necessida<strong>de</strong>s, diversida<strong>de</strong>s e realida<strong>de</strong>s<br />

próprias, diferente dos adultos. Também foram reconhecidos, no âmbito das discussões <strong>de</strong>ssa<br />

temática, os problemas que eles enfrentam (o fracasso escolar, a inserção no trabalho nas mais<br />

precárias condições, gravi<strong>de</strong>z in<strong>de</strong>sejada no período da adolescência, violência familiar etc;)<br />

na luta pelo ingresso à fase adulta e, consequentemente, à fase <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência econômica.<br />

Tais problemas, <strong>de</strong> acordo com os <strong>de</strong>batedores, resultam em baixa-estima e em conflitos<br />

interiores que po<strong>de</strong>m impulsionar condutas perigosas, algumas <strong>de</strong>las associadas à<br />

criminalida<strong>de</strong>.<br />

Quanto à raça\cor<br />

Outro dado coletado nos prontuários das <strong>encarceradas</strong> se referiu à cor. Observamos<br />

que a maioria (20,3%) dizia ser parda, 17,2%, preta e apenas 7%, branca. Não se percebem,

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