biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

Ao abarcar esses aspectos nas entrevistas biográficas, nossa intenção foi a de captar, o
mais possível, a relação existente (ou não) entre as aprendizagens biográficas dessas mulheres
e as motivações que as conduziram ao mundo do crime.
Vale lembrar que, durante a pesquisa de campo, antes de aplicarmos a entrevista
biográfica, recolhemos e analisamos informações nos prontuários das encarceradas;
realizamos observação assistemática (utilizada desde o primeiro dia em que passamos a visitar
o presídio, principalmente nos espaços educativos e/ou de trabalho ali existentes) e aplicamos
o questionário (que serviu para confrontar e complementar as informações fornecidas nos
prontuários, oferecendo uma visão mais ampla do perfil da mulher encarcerada de João
Pessoa).
As reflexões que se seguem dizem respeito à análise desse perfil, com base nas
informações obtidas por meio dos prontuários. Posteriormente, apresentaremos os resultados
da aplicação dos demais instrumentos dessa investigação (a observação assistemática e o
questionário).
1.3.4.1 O perfil das encarceradas de João Pessoa segundo informações obtidas através
dos seus prontuários: tecendo reflexões
As informações sobre o perfil das encarceradas que aqui apresentamos e que serviram
como ponto de partida para o desenvolvimento dessa investigação provêm de um
levantamento realizado para a elaboração de um diagnóstico sobre a situação educacional
(escolaridade dos presidiários, quantidade de educadores etc.) dos principais presídios do
Estado da Paraíba. Esse levantamento foi realizado no ano de 2006, por uma equipe de
pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba, coordenada pela professora Emília
Prestes 16 , que ficou responsável por organizar a coleta de dados nos presídios.
A elaboração do diagnóstico, com base nesse levantamento, tratou-se da primeira ação
do projeto: Educação para a Liberdade - o qual, organizado pelo Governo Federal, em
parceria com o Governo do Estado da Paraíba, por meio das Secretarias de Estado da
Educação e Cultura e da Administração Penitenciária, pretendia fortalecer o processo
educativo desenvolvido nas unidades do sistema prisional paraibano.
comunidades; e no terceiro nível, os processos de aprendizagens desenvolvidos nas unidades sociais maiores,
como por exemplo, as instituições escolares, o presídio etc.
16 Professora do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba.