19.04.2013 Views

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Em nosso trabalho, as narrações das histórias <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ram às <strong>mulheres</strong>, sujeitos da<br />

pesquisa, o direito <strong>de</strong> expressarem suas vivências, valores, ilusões, alegrias, tristezas etc,<br />

enfim, o que elas valorizam (e valorizavam) da vida <strong>de</strong>ntro e fora do cárcere, e as<br />

<strong>aprendizagens</strong> retiradas <strong>de</strong>ssas experiências. Permitiu, ainda, que compreendêssemos as<br />

interações que tiveram com outros sujeitos nas diversas fases <strong>de</strong> suas vidas e o<br />

reconhecimento das experiências que tiveram maior impacto em sua formação<br />

pessoal/profissional.<br />

É válido registrar que, na literatura biográfica, encontramos diferentes classificações<br />

para a história <strong>de</strong> vida, entre as quais, tivemos que optar por uma que mais se a<strong>de</strong>quasse ao<br />

nosso objeto <strong>de</strong> estudo. Essa tarefa não foi fácil, visto que quase todas as classificações<br />

pareciam favoráveis a tal objeto. No entanto, optamos pela história <strong>de</strong> vida completa 13 , tal<br />

como propõe Dausien (1996). Por meio <strong>de</strong>la, as pessoas investigadas [...] no presentan<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s fijas, sino las historias en las que han sido como son (ALHEIT & DAUSIEN,<br />

2007, p.30). Isso faz com que os processos biográficos sejam reconstruídos tanto com base<br />

nos acontecimentos da vida vivida quanto através das [...] remisiones a la vida no<br />

vivenciada, a las posibilida<strong>de</strong>s no realizadas o cerradas<br />

p.30).<br />

(ALHEIT & DAUSIEN, 2007,<br />

Assim, analisamos os acontecimentos da vida vivida das <strong>encarceradas</strong> e os não<br />

vividos, pois acreditamos que a apreensão do não vivido nas histórias <strong>de</strong> vida completa<br />

também podia nos oferecer possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alcançar a\as resposta\as para alguns <strong>de</strong> nossos<br />

questionamentos, como por exemplo, aquele que se refere às implicações das <strong>aprendizagens</strong><br />

não obtidas, ou não vividas, no processo <strong>de</strong> construção das <strong>biografias</strong>. Isso nos ajudou a<br />

compreen<strong>de</strong>r melhor a relação entre a criminalida<strong>de</strong> e a biografia das investigadas.<br />

Ao longo do processo investigativo, o que procuramos rastrear nas histórias <strong>de</strong> vida<br />

das <strong>mulheres</strong> investigadas foram as <strong>aprendizagens</strong> que, nos percursos da vida, marcaram (pelo<br />

acesso ou pela negação) as suas <strong>biografias</strong> e os sentidos que lhes foram atribuídos. Por esse<br />

motivo é que compreen<strong>de</strong>mos que só a narração completa da história <strong>de</strong> vida daria conta <strong>de</strong><br />

tal rastreamento.<br />

Convém enfatizar que, quando Alheit e Dausien (2007) se referem à história <strong>de</strong> vida<br />

completa, não querem dizer que tudo que se passou na vida <strong>de</strong> uma pessoa tenha que ser<br />

narrado, isso seria impossível. Porém, a preocupação <strong>de</strong>sses autores é <strong>de</strong> que não se<br />

<strong>de</strong>terminem temas para a narração, pois isso prejudica a reconstrução das experiências dos<br />

13 La construcción <strong>de</strong> una historia <strong>de</strong> vida es, por otra parte, «más» que la suma <strong>de</strong> las «historias <strong>de</strong> interacción»<br />

singulares, como ha sido <strong>de</strong>sarrollado en las premisas teóricas <strong>de</strong> Dausien, 1996, parte 2, cap. 4 [p. 93-122].

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!