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biografias de aprendizagens de mulheres encarceradas - Centro de ...

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Rúbio e Varas (1997), a sua aceitação só passou a ocorrer novamente por volta da década <strong>de</strong><br />

1960, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> amplos <strong>de</strong>bates em prol do reconhecimento do seu estatuto científico,<br />

enquanto método autônomo <strong>de</strong> investigação. É aí, exatamente, que passam a ressurgir as<br />

investigações que o utilizam na busca pela compreensão dos processos <strong>de</strong> construção e<br />

reestruturação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s (tanto individuais quanto <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> gênero, <strong>de</strong> classe etc.),<br />

em um <strong>de</strong>terminado contexto social, ou seja, aquilo que buscamos ao investigar as <strong>biografias</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>aprendizagens</strong> das <strong>mulheres</strong> que compuseram o público-alvo <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

Para os estudiosos das correntes teórico metodológicas fenomenológicas,<br />

interacionistas e etnometodológicas, Os fenómenos sociais objectivos <strong>de</strong>vem ser vistos à luz<br />

da subjectivida<strong>de</strong> dos actores sociais: quer no que se refere às atitu<strong>de</strong>s, aos <strong>de</strong>sejos, ou às<br />

<strong>de</strong>finições <strong>de</strong> situação (PAIS, 2003, p.98). Eles <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que o cruzamento entre o subjetivo<br />

e o objetivo é uma das ativida<strong>de</strong>s metodológicas que mais contribuem para uma averiguação<br />

imediata da realida<strong>de</strong> dos fenômenos sociais.<br />

Ferrarotti (1988), por exemplo, alega que, ao dar oportunida<strong>de</strong> aos sujeitos <strong>de</strong><br />

contarem suas próprias histórias <strong>de</strong> vida e <strong>aprendizagens</strong> e os colocarem como os principais<br />

intérpretes <strong>de</strong> suas próprias ações sociais, favorece-se o transparecer <strong>de</strong> <strong>biografias</strong> como<br />

síntese <strong>de</strong> uma história social e, paralelamente, <strong>de</strong> histórias sociais como sínteses dos<br />

comportamentos e/ou atos individuais. Isso ocorre, segundo Pais (2003, p.151), em um<br />

movimento <strong>de</strong> vaivém que vai da biografia ao sistema social e <strong>de</strong>ste à biografia.<br />

Eis aí, portanto, alguns dos motivos que levaram Car<strong>de</strong>nal <strong>de</strong> La Nuez (2006) a<br />

também optar por esse método, em sua pesquisa sobre as transições juvenis para a fase adulta.<br />

A referida autora, ainda que não seja uma estudiosa dos métodos e técnicas <strong>de</strong> investigação da<br />

realida<strong>de</strong> social, contribuiu com a nossa pesquisa, oferecendo maior clareza sobre o processo<br />

<strong>de</strong> aplicação prática do método biográfico em investigações como a nossa.<br />

Em seu livro, El paso a la vida adulta: dilemas y estratégias ante el empleo<br />

flexible , ela apresenta uma discussão sobre o método qualitativo (no qual se firma o<br />

biográfico) em oposição ao quantitativo (positivista). Na sua concepção, este último, quando<br />

aplicado sozinho, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra os aspectos da subjetivida<strong>de</strong> humana, <strong>de</strong>ixando em um<br />

segundo plano [...] la compreensión <strong>de</strong>l sentido y significado <strong>de</strong> las prácticas sociales dos<br />

sujeitos (CARDENAL DE LA NUEZ, 2006, p.121). Em contrapartida, o método biográfico -<br />

que se origina <strong>de</strong> uma perspectiva qualitativa e é baseado na experiência humana - possibilita<br />

o entrevistado relatar suas histórias e serem os próprios protagonistas da investigação<br />

(RÚBIO E VARAS, 1997).

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